Serenatas e Serenins: prática musical e encenação do poder régio no Palácio da Ajuda em finais do século XVIII, segundo o testemunho de um viajante francês
DOI:
https://doi.org/10.34629/rcdmt.vol.1.n.1.pp9-33Palavras-chave:
Palácio da Ajuda, Sala dos Serenins, Dona Maria I, Música em Portugal no século XVIII, Música e poder, Viajantes estrangeiros em Portugal, Relatos de viagem, Estratégias de representaçãoResumo
A música nas cerimónias de corte está frequentemente associada a representações de poder, sublinhando ou atenuando determinados aspectos que nos ajudam a compreender, para além das questões puramente musicais, também a acção política no seu todo. Neste artigo, é examinada a prática musical no Palácio da Ajuda no final do século XVIII, durante o reinado de D. Maria I, tendo por base o testemunho do diplomata francês Marc Antoine Marie, Marquês de Bombelles. Enquadra-se historicamente a construção do Palácio da Ajuda e a remodelação da Sala dos Serenins, abordando alguns dos seus traços decorativos característicos. De seguida, discute-se a questão da localização e utilização dos dois espaços do Palácio destinados à música. Examina-se a prática musical nesses espaços, com especial atenção à localização dos instrumentistas e demais intervenientes e, por fim, relaciona-se as apresentações musicais assim retratadas com a estratégia de representação política de D. Maria I, sugerindo-se algumas conclusões.
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