A voz como lugar de encontro e inclusão nas artes performativas

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DOI:

https://doi.org/10.34629/rcdmt.vol.1.n.1.pp76-86

Palavras-chave:

Voz, Vocalidade, Feminismo, Inclusão, Teatro, Pesquisa vocal

Resumo

Neste artigo são abordados não só o carácter único e relacional da voz trazido por Adriana Cavarero, como o poder inclusivo e feminista da pesquisa vocal em contraponto a uma abordagem logocêntrica e melocêntrica com que, maioritariamente, é pensada a vocalidade. Secundarizada, como uma "sobra" ou um excesso decorrente de um discurso, a voz para além do logos é arredada da teoria, mesmo por autores mais disruptivos como Judith Butler. No entanto, criadores/vocalistas/pensadores como Cathy Berberian, Antonin Artaud, Meredith Monk, Fátima Miranda, Roy Hart, Diamanda Galàs, Laurie Anderson dão-nos pistas inspiradoras de como a voz pode romper os paradigmas instituídos.

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Biografia do Autor

  • Sara Belo, Escola Superior de Teatro e Cinema, Instituto Politécnico de Lisboa

    É actriz, cantora, professora de voz e experimentalista vocal. É doutorada em Artes pela Universidade de Lisboa com a tese “A Voz como impulsionador da criação cénica — a Pré-voz como alicerce de um Teatro Vocal”. É também licenciada em Teatro (actores) pela Escola Superior de Teatro e Cinema onde é professora de voz desde 2004. Frequentou o curso de Canto do Conservatório Nacional e terminou o mestrado em Estudos de Teatro da Faculdade de Letras, cuja tese incidiu sobre a voz do actor. Actriz e cantora de vários tipos de música (ópera, jazz, pop) trabalhou com os encenadores João Brites (Teatro O Bando), João Mota (Teatro da Comuna), João Lourenço (Teatro Aberto), Carlos Pessoa (Teatro da Garagem), Cláudio Hochman (Teatro da Trindade) e com os compositores/maestros Eurico Carrapatoso, João Paulo Santos, Carlos Marecos, Eduardo Paes Mamede. Tem tido uma colaboração frequente com os compositores Jorge Salgueiro, tendo participado em diversas obras/ óperas suas tais como Quixote, Saga, Salto, Quarentena, Almenara e com Daniel Schvetz com quem gravou um CD Canção de Vidro lançado em Bruxelas em Setembro de 2017. Como experimentalista vocal realizou diversos trabalhos nomeadamente no duo aCorda com Rizumik (prémio Jovens Criadores 2008 pelo CPAI) e a sua primeira criação em 2014 — MAGMA, solo vocal — no Teatro Meridional.

Referências

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Publicado

2022-07-25

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

A voz como lugar de encontro e inclusão nas artes performativas. (2022). RHINOCERVS: Cinema, Dança, Música, Teatro, 1(1), 76-86. https://doi.org/10.34629/rcdmt.vol.1.n.1.pp76-86