De 2015 a 2025: O que fica e o que muda no Contrato de Concessão do Serviço Público de Média português

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34629/cpublica.934

Palavras-chave:

Serviço Público de Média, Contrato de Concessão, RTP

Resumo

O artigo analisa a evolução do Contrato de Concessão do Serviço Público de Média em Portugal entre 2015 e 2025, destacando as principais mudanças introduzidas no novo Contrato, assinado em março de 2025, face ao documento que o antecedeu, datado de 2015. É dada especial atenção à transição do modelo setorial (rádio e televisão) para um modelo sistémico e integrado de Serviço Público de Média (SPM), que inclui plataformas digitais e serviços a pedido. O artigo contextualiza esta mudança no quadro europeu, analisando estratégias de transformação digital adotadas por operadores públicos europeus. A análise evidencia um reforço da missão pública, da coesão territorial, da inclusão e da literacia mediática, bem como uma aposta clara na inovação tecnológica e na flexibilidade editorial. O artigo conclui que o novo Contrato representa um alinhamento com as melhores práticas internacionais, promovendo um serviço público mais adaptado aos desafios da era digital, com maior autonomia, responsabilidade e capacidade de resposta às necessidades dos cidadãos.

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Biografias do Autor

  • Felisbela Lopes, ICS-Universidade do Minho

    Doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho em 2005, é Professora Associada com Agregação do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. Entre 2009 e 2014, foi aí Pró-Reitora para a área da Comunicação.

    Lecciona, desde 1994, disciplinas ligadas ao campo do Jornalismo. As suas áreas de investigação são a informação televisiva, com enfoque no serviço público de media; a comunicação e o jornalismo da saúde; e o jornalismo político, incidindo na cobertura mediática da Presidência da República Portuguesa. Foi investigadora principal de dois projetos de investigação financiados pela FCT: “A Doença em Notícia” e “Jornalismo televisivo e cidadania: os desafios da esfera pública na era digital”.

    É autora de vários livros, entre os quais se destacam Marcelo, Presidente todos os dias (Porto Editora, 2019); Jornalista: uma profissão ameaçada (Alêtheia, 2015); Vinte Anos de TV Privada em Portugal (Editora Guerra e Paz, 2012); A TV do Real (Minerva, 2008); A TV das Elites (Campo das Letras, 2007).

    É comentadora residente da RTP para os temas de comunicação. É colunista semanal do Jornal de Notícias e mensal do Correio do Minho.

  • Clara Almeida Santos, Faculdade de Letras, Universidade Coimbra

    Clara Almeida Santos é Professora auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC). Foi vice-reitora da UC entre 2011 e 2018. Fundou e dirigiu a UCV – Televisão Web da UC. Jornalista de formação, trabalhou no CNL e na SIC. Foi editora e diretora-adjunta da revista Rua Larga (UC). Participou em projetos europeus relacionados com igualdade de género e diversidade e os media. Foi coautora do Livro Branco para o Serviço Público de Média. Os seus principais interesses académicos são media digitais, comunicação e redes, imagem e comunicação, representações mediáticas e storytelling

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Publicado

2025-12-15

Edição

Secção

Dossiê temático: Serviço Público de Média e Inovação

Como Citar

De 2015 a 2025: O que fica e o que muda no Contrato de Concessão do Serviço Público de Média português. (2025). Comunicação Pública, 20(39). https://doi.org/10.34629/cpublica.934