O papel do humor no infoentretenimento

o caso do programa Extremamente Desagradável

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34629/cpublica.894

Palavras-chave:

infoentretenimento, programas humorísticos, crítica social e política

Resumo

O presente artigo analisa o papel do humor enquanto prática comunicacional no contexto do infoentretenimento, com foco no programa de rádio Extremamente Desagradável, conduzido por Joana Marques. A investigação explora como o humor é utilizado para converter informação em entretenimento, examinando os formatos discursivos predominantes, os temas de atualidade abordados e os recursos mobilizados para envolver o público. Através de uma análise semiótica e de conteúdo dos episódios selecionados, o estudo revela que a sátira, a paródia e o sarcasmo são os principais mecanismos discursivos utilizados para desconstruir narrativas sociais e políticas, tornando-as mais acessíveis e propícias à reflexão crítica. Os temas explorados incluem figuras públicas, discursos políticos, controvérsias mediáticas e fenómenos culturais, selecionados de forma estratégica para amplificar a ressonância social do programa. A investigação conclui que o humor, ao transcender a sua função lúdica, atua como um veículo de educação e mobilização social, influenciando a perceção pública e fomentando o debate em torno de questões contemporâneas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Sofia Pereira, Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria

    Licenciada em Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa, mestre em Investigação e Ensino da Literatura Portuguesa e detentora de um Curso de Especialização Avançada em Literatura Portuguesa pela Universidade de Coimbra. Profissional na área das Ciências Sociais e Humanas, com um percurso consolidado de especialização nas práticas artísticas e culturais. Autora de diversos artigos publicados em revistas e jornais digitais, abordando temáticas relacionadas com a leitura, a cultura, o lazer e o entretenimento. Atualmente, frequenta o Mestrado em Comunicação e Media na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, e encontra-se a desenvolver a sua investigação no domínio da comunicação política.

Referências

Almeida, A., & Sousa, H. (2024). The power of laughter: Emotional and ideological gratification in media. Societies, 14(9), 164. https://doi.org/10.3390/soc14090164

Barthes, R. (2018). Elementos de semiologia (Trad. M. M. Barahona). Edições 70.

Baumgartner, J. C., & Becker, A. B. (Eds.). (2020). Political humor in a changing media landscape: A new generation of research. Lexington Books.

Boukes, M. (2019). Agenda-setting with satire: How political satire increased TTIP’s saliency on the public, media, and political agenda. Political Communication, 36(3), 426–451. https://doi.org/10.1080/10584609.2018.1498816

Braun, V., Clarke, V. (2006). Using Thematic analysis in psychology. Qualitative research in psychology, 3(2), 77-101. https://doi.org/10.1191/1478088706qp063oa

Bruns, A. (2008). Blogs, Wikipedia, Second Life, and beyond: From production to produsage. Peter Lang.

Camponez, C., Baptista, C., & Amado, A. (2020). Teorias do Jornalismo: Contextos e práticas das abordagens clássicas às contemporâneas. Alêtheia Editores.

Camponez, C., Ferreira, G. B., & Rodríguez-Díaz, R. (Orgs.). (2020). Estudos do agendamento: Teoria, desenvolvimentos e desafios — 50 anos depois. LabCom. https://labcom.ubi.pt/estudos-do-agendamento-teoria-desenvolvimentos-e-desafios-50-anos-depois/

Cardoso, G., Baldi, V., Quintanilha, T., & Paisana, M. (2020, julho). Pandemia e consumos mediáticos. Obercom. https://obercom.pt/wp-content/uploads/2020/10/Final_Pandemia_media_Geral.pdf

Cardoso, G., & Moreno, J. (2016). Os desafios da sociedade em rede. In G. Cardoso, C. Magno, T. M. Soares, & M. Crespo (Eds.), Modelos de negócio e comunicação social (pp. 113–135). Almedina.

Charaudeau, P. (2006) Des catégories pour l’humour. Questions de communication: humor et média. Dé finitions, genres et cultures, 10, 19–41. https://doi.org/10.4000/questionsdecommunication

Dijkstra, R., & van der Velde, P. (2022). Humour in the beginning. https://doi.org/10.1075/thr.10

Dokuchaev, V. A., & Derenchuk, O. V. (2024). The attitude to humor as a pedagogical tool in the period of antiquity. Russian Journal of Education and Psychology, 15(3), 241–256. https://doi.org/10.12731/2658-4034-2024-15-3-517

Feldman, L. (2007). The news about comedy: Young audiences, The Daily Show, and evolving notions of journalism. Journalism, 8(4), 406–427. https://doi.org/10.1177/1464884907078655

Furnari, S., Crilly, D., Misangyi, V. F., & Greckhamer, T. (2020). Capturing causal complexity: Heuristics for configurational theorizing. Academy of Management Review, 45(4), 645–667. https://doi.org/10.5465/amr.2017.0435

García, J., & Ángel C. (2014). El humor en los medios de comunicación: estudio de los guiñoles y sus efectos en las opiniones políticas. https://dialnet.unirioja.es/servlet/tesis?codigo=56901

Iyengar, S., Kinder, D. R. (1987). News that matters: Television and American opinion. University of Chicago Press.

Kowalewski, J. (2012). Does humor matter? An analysis of how hard news versus comedy news impact the agenda-setting effects. 28(1), 1–29. https://journals.tdl.org/swecjmc/index.php/swecjmc/article/view/53

Lecheler, S., Vreese, C. H. (2019). News framing and public opinion: A mediation analysis of framing effects on political attitudes. Journal of Communication, 69(3), 303-324. https://doi.org/10.1093/joc/jqz019

Luhmann, N. (1971). Politische Planung: Aufsätze zur Soziologie von Politik und Verwaltung. Westdeutscher Verlag.

Mayuuf, H. H., & Nashaat, O. O. (2021). A semantic-syntactic study of ambiguity in humorous contexts. Ilkogretim Online, 20(5), 574–580. https://www.ilkogretim-online.org/index.php/io/article/download/1199/index.php?mno=54658

McCombs, M. E., Shaw, D. L. (1972). The agenda-setting function of mass media. Public Opinion Quarterly, 36(2), 176–187. https://doi.org/10.1086/267990

Meier, M. R. (2023). The history of stand-up: From Mark Twain to Dave Chappelle. Studies in American Humor, 9(2), 298–301. https://doi.org/10.5325/studamerhumor.9.2.0298

Mendez García de Paredes, E. (2014). La parodia informativa como frivolización del discurso político. Círculo de Lingüística Aplicada a la Comunicación, 59(59), 61–91. https://doi.org/10.5209/REV_CLAC.2014.V59.46709

Meraz, S. (2009). Is there an elite hold? Traditional media to social media agenda setting influence in blog networks. Journalism & Mass Communication Quarterly, 86(3), 548–564. https://doi.org/10.1177/107769900908600307

Noelle-Neumann, E. (1974). The spiral of silence: A theory of public opinion. Journal of Communication, 24(2), 43–51. https://doi.org/10.1111/j.1460-2466.1974.tb00367.x

Pariser, E. (2011). The filter bubble: What the Internet is hiding from you. Penguin Press.

Renascença. (n.d.). Extremamente desagradável [programa de rádio]. Rádio Renascença. https://rr.pt/extremamente-desagradavel

Rezeki, T. I., Sagala, R. W., & Rabukit, R. (2024). From humor to impact: Internet memes in political discourse through (de)legitimization. Evolutionary Studies in Imaginative Culture. 8(1), 746-762. https://doi.org/10.70082/esiculture.vi.788

Salgado, A. (2011). Actualidad, humor y entretenimiento en los programas de televisión: de la terminologia a la realidad profesional. Tripodos, 27, 59–73. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5840467

Shaw, D. L., & McCombs, M. (1994). The emergence of American political issues: The agenda-setting function of the press. West Publishing Company. https://openlibrary.org/books/OL4554113M/The_emergence_of_American_political_issues

Shoemaker, P. J., & Vos, T. P. (2009). Gatekeeping theory. Routledge. https://doi.org/10.4324/9780203931653

Surahmat, S., & Wijana, I. D. P. (2023). Humor as a political act: Study of Indonesian presidents’ humor. Journal of Language and Literature, 23(1), 125–139. https://doi.org/10.24071/joll.v23i1.5097

Takovski, A. (2019). Coloring social change: Humor, politics, and social movements. Humor: International Journal of Humor Research, 1(4), 485–511. https://doi.org/10.1515/HUMOR-2019-0037

Tavadze, L. (2024). Irony, analysis and text interpretation. The Eurasia Proceedings of Educational & Social Sciences, 33, 261–265. https://doi.org/10.55549/epess.823

Temes, D. B. (2023). Efekt humorystyczny w dowcipach werbalnych z perspektywy lingwistyki kognitywnej. Rozważania teoretyczne i analiza empiryczna. https://doi.org/10.18276/978-83-7972-645-5

Weisfeld, G. E., & Weisfeld, C. C. (2024). Humor (pp. 543–564). Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780197544754.013.23

Yuldoshev, U. R. (2017). The usage of stylistic devices: Metaphor, metonymy, hyperbole in Uzbek and English humorous texts. Science, Philosophy and History, 8(1), 84–92. https://doi.org/10.24044/SPH.2017.1.12

Zhang, Y. (2023). Political comedy and the public sphere. [Dissertação de doutoramento, Northeastern University]. Digital Repository Service. https://doi.org/10.17760/d20467298

Downloads

Publicado

2025-06-30

Como Citar

O papel do humor no infoentretenimento: o caso do programa Extremamente Desagradável. (2025). Comunicação Pública, 20(38). https://doi.org/10.34629/cpublica.894