Jornalismo ambiental

da teoria à cobertura sobre o impacto ambiental da produção de sal brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.34629/cpublica.725

Palavras-chave:

comunicação e meio ambiente, comunicação pública, assessoria de imprensa, Ministério Público Federal, indústria salineira

Resumo

O Rio Grande do Norte concentra 95% da produção de sal do Brasil. Essa atividade secular movimenta a economia, a política e a sociedade da denominada região da Costa Branca, no semiárido potiguar. No entanto, estudos de órgãos de defesa do meio ambiente indicam uma série de prejuízos ambientais causados pela manutenção de pilhas de sal em Áreas de Preservação Permanente, o que motivou a atuação do Ministério Público Federal. A cobertura sobre o caso foi objeto de dissertação de mestrado, que analisou, entre outras linhas de pesquisa, a aplicação de princípios do Jornalismo Ambiental nos textos. Apesar da notoriedade de agentes e instituições do campo ambiental nas notícias, percebeu-se que essa predominância não se refletiu em uma maior conscientização e mobilização social, afastando-se da proposta de Jornalismo Ambiental engajado. 

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Biografia do Autor

  • Luciana Miranda Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Graduated in Social Communication, Pontifical Catholic University of São Paulo (1987); Master in Development Planning, Federal University of Pará (1996); PhD in Sciences: Socioenvironmental Development by NAEA/UFPA (2004), with internship at Indiana University and Woods Hole Research Center (USA). Completed post-doctoral studies in Communication at the New University of Lisbon in 2013 and at PPGEL/UFRN in 2020. Coordinator of the Preserv-Action Research Group at UFPA/UFRN. Associate professor at UFRN and at the Graduate Program in Media Studies at the same university, and a professor at the Graduate Program in Communication, Culture and Amazon at UFPA.

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

Jornalismo ambiental: da teoria à cobertura sobre o impacto ambiental da produção de sal brasileira. (2023). Comunicação Pública, 18(34). https://doi.org/10.34629/cpublica.725