Avaliação da variabilidade inter e intraoperador em dispositivo de medição da velocidade da onda de pulso
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.1671Palavras-chave:
Variabilidade interoperador, Variabilidade intraoperador, Velocidade da onda de pulso, Rigidez arterial, Validação de dispositivoResumo
Introdução – Os dispositivos de medição da velocidade de onda de pulso (VOP) são instrumentos valiosos na determinação do risco cardiovascular de cada indivíduo, sendo a VOP um dos parâmetros a aferir segundo as guidelines de avaliação da HTA. Para os dispositivos serem validados é necessária a verificação da sua reprodutibilidade, através da avaliação da variabilidade inter e intraoperador. O objetivo deste estudo foi classificar estas variabilidades no dispositivo de medição da VOP, Complior® SP. Metodologia – Estudo observacional descritivo e transversal numa amostra de 38 indivíduos com idades entre os 18 e os 30 anos de idade, sem fatores de risco cardiovasculares, realizado na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. O procedimento para a obtenção de dados foi adaptado do protocolo da sociedade ARTERY em 2010 para validação de dispositivos de medição da VOP. Para avaliar a reprodutibilidade do dispositivo foram comparados os valores médios obtidos por dois operadores. A precisão do dispositivo classifica-se em excelente se a diferença dos valores médios for <0,5m/s com desvio-padrão (DP) ≤0,8m/s, aceitável se for <1,0m/s e DP ≤1,5m/s e fraca se for ≥1,0 m/s ou DP >1,5m/s. Resultados – Amostra constituída por 25 indivíduos do sexo feminino e 13 do sexo masculino com média de idades de 22,6±2,79 anos. Para o operador A (p=0,863), os valores médios da VOP foram de 6,018±0,88m/s e para o operador B (p=0,587) de 6,155±1,03m/s. A diferença de valores médios e do DP da VOP dos operadores A e B foi de 0,137±0,15m/s (p=0,245). Considerações finais – O dispositivo de medição Complior® SP possui uma excelente reprodutibilidade e reduzida variabilidade, tanto inter como intraoperador, considerando-se um dispositivo validado para avaliação do risco cardiovascular.
Downloads
Referências
Mancia G, Fagard R, Narkiewicz K, Redon J, Zanchetti A, Böhm M, et al. 2013 ESH/ESC guidelines for the management of arterial hypertension: the Task Force for the Management of Arterial Hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J. 2013;34(28):2159-219.
Vlachopoulos C, Aznaouridis K, Stefanadis C. Aortic stiffness for cardiovascular risk prediction: Just measure it, just do it! J Am Coll Cardiol. 2014;63(7):647-9.
Laurent S, Cockcroft J, Van Bortel L, Boutouyrie P, Giannattasio C, Hayoz D, et al. Expert consensus document on arterial stiffness: methodological issues and clinical applications. Eur Heart J. 2006;27(21):2588-605.
Cunha PG, Cotter J, Oliveira P, Vila I, Boutouyrie P, Laurent S, et al. Pulse wave velocity distribution in a cohort study: from arterial stiffness to early vascular aging. J Hypertens. 2015;33(7):1438-45.
Ben-Shlomo Y, Spears M, Boustred C, May M, Anderson SG, Benjamin EJ, et al. Aortic pulse wave velocity improves cardiovascular event prediction: an individual participant meta-analysis of prospective observational data from 17,635 subjects. J Am Coll Cardiol. 2014;63(7):636-46.
Reference Values for Arterial Stiffness' Collaboration. Determinants of pulse wave velocity in healthy people and in the presence of cardiovascular risk factors: 'establishing normal and reference values'. Eur Heart J. 2010;31(19):2338-50.
Pereira T, Maldonado J, Polónia J, Silva JA, Morais J, Marques M. Definição de valores de referência da velocidade da onda de pulso arterial numa população portuguesa: uma sub-análise do projecto EDIVA [A statistical definition of aortic pulse wave velocity normality in a Portuguese population: a subanalysis of the EDIVA project]. Rev Port Cardiol. 2011;30(9):691-8. Portuguese
Van Bortel LM, Laurent S, Boutouyrie P, Chowienczyk P, Cruickshank JK, De Backer T, et al. Expert consensus document on the measurement of aortic stiffness in daily practice using carotid-femoral pulse wave velocity. J Hypertens. 2012;30(3):445-8.
Rocha E. Velocidade da onda de pulso arterial: um marcador da rigidez arterial e a sua aplicabilidade na prática clínica [Pulse wave velocity: a marker of arterial stiffness and its applicability in clinical practice]. Rev Port Cardiol. 2011;30(9):699-702. Portuguese
Bossuyt J, Van de Velde S, Vermeersch S, Devos D, Heyse C, Filipovsky J, et al. Non-invasive assessment of carotid-femoral pulse wave velocity: does the measurement side matter? Artery Res. 2012;6(4):169.
Munnery KE, Gale NS, Munnery IC, Tyler C, Cockcroft JR. A comparison of aortic pulse wave velocity measured by complior and SphygmoCor in patients with COPD and healthy volunteers. Artery Res. 2013;7(3-4):125-6.
Ikonomidis I, Ntai K, Kadoglou NP, Papadakis I, Kornelakis M, Tritakis V, et al. The evaluation of pulse wave velocity using arteriograph and Complior apparatus across multiple cohorts of cardiovascular-related diseases. Int J Cardiol. 2013;168(5):4890-2.
Mahmud A, Jatoi N, Feely J. Assessment of arterial stiffness in hypertension: comparison of oscillometric (arteriograph), Piezo-Electronic (Complior), and tonometric (SphygmoCor) techniques. Artery Res. 2009;3(4):162.
Everett TR, Mahendru A, McEniery CM, Lees CC, Wilkinson IB. A comparison of SphygmoCor and Vicorder devices for measuring aortic pulse wave velocity in pregnancy. Artery Res. 2012;6(2):92-6.
Pereira T, Maldonado J. Comparative study of two generations of the Complior device for aortic pulse wave velocity measurements. Blood Press Monit. 2010;15(6):316-21.
Targett RC, Levy B, Bardou A, McIlroy MB. Simultaneous Doppler blood velocity measurements from aorta and radial artery in normal human subjects. Cardiovasc Res. 1985;19(7):394-9.
Levy B, Targett RC, Bardou A, McIlroy MB. Quantitative ascending aortic Doppler blood velocity in normal human subjects. Cardiovasc Res. 1985;19(7):383-93.
Asmar R, Benetos A, Topouchian J, Laurent P, Pannier B, Brisac AM, et al. Assessment of arterial distensibility by automatic pulse wave velocity measurement: validation and clinical application studies. Hypertension. 1995;26(3):485-90.
Asmar R, Topouchian J, Pannier B, Benetos A, Safar M. Pulse wave velocity as endpoint in large-scale intervention trial: the Complior study - Scientific, quality control, coordination and investigation committees of the Complior study. J Hypertens. 2001;19(4):813-8.
Kallem RR, Meyers KE, Sawinski DL, Townsend RR. Variation and variability in carotid-femoral pulse wave velocity. Artery Res. 2013;7(3-4):230-3.
Wilkinson IB, McEniery CM, Schillaci G, Boutouyrie P, Segers P, Donald A, et al. ARTERY Society guidelines for validation of non-invasive haemodynamic measurement devices: part 1, arterial pulse wave velocity. Artery Res. 2010;4(2):34-40.
Marques A, Revige G, Marques I, Silva A, Cunha G, Fonseca V, et al. Validação do dispositivo automático de medição da pressão arterial, OMRON® M6 Comfort, segundo o Protocolo Internacional da Sociedade Europeia de Hipertensão (2010). Saúde Tecnol. 2012;(8):47-54.
Afonso A, Nunes C. Estatística e probabilidades: aplicações e soluções em SPSS. Lisboa: Escolar Editora; 2010. ISBN 9789725922996
Pereira T, Maldonado J, Andrade I, Cardoso E, Laranjeiro M, Coutinho R, et al. Reproducibility of aortic pulse wave velocity as assessed with the new Complior analyse. Blood Press Monit. 2014;19(3):170-5.
Stea F, Bozec E, Millasseau S, Khettab H, Boutouyrie P, Laurent S. Comparison of the Complior analyse device with Sphygmocor and Complior SP for pulse wave velocity and central pressure assessment. J Hypertens. 2014;32(4):873-80.
Pizzi OL, Brandão AA, Pozzan R, Magalhães ME, Freitas EV, Brandão AP. A velocidade da onda de pulso em jovens: estudo do Rio de Janeiro [Pulse wave velocity in young adults: study of Rio de Janeiro]. Arq Bras Cardiol. 2011;97(1):53-8. Portuguese
Millasseau SC, Stewart AD, Patel SJ, Redwood SR, Chowienczyk PJ. Evaluation of carotid-femoral pulse wave velocity: Influence of timing algorithm and heart rate. Hypertension. 2005;45(2):222-6.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Saúde & Tecnologia
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
A revista Saúde & Tecnologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A revista Saúde & Tecnologia não cobra, aos autores, taxas referentes à submissão nem ao processamento de artigos (APC).
Todos os conteúdos estão licenciados de acordo com uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Os autores têm direito a: reproduzir o seu trabalho em suporte físico ou digital para uso pessoal, profissional ou para ensino, mas não para uso comercial (incluindo venda do direito a aceder ao artigo); depositar no seu sítio da internet, da sua instituição ou num repositório uma cópia exata em formato eletrónico do artigo publicado pela Saúde & Tecnologia, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia e o seu conteúdo (incluindo símbolos que identifiquem a revista) não seja alterado; publicar em livro de que sejam autores ou editores o conteúdo total ou parcial do manuscrito, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia.