Optimização de um método de avaliação simultânea da dissolução e permeabilidade de fármacos

Autores

  • Pedro Ferreira Laboratório de Farmacocinética e Análise Biofarmacêutica, IBET/ ITQB-UNL. Oeiras, Portugal.
  • Hugo Serra Laboratório de Farmacocinética e Análise Biofarmacêutica, IBET/ ITQB-UNL. Oeiras, Portugal. Medinfar. Amadora, Portugal.
  • João Mário Pedro Área Científica de Farmácia, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Anabela Graça Área Científica de Farmácia, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Ana Luísa Simplício Laboratório de Farmacocinética e Análise Biofarmacêutica, IBET/ ITQB-UNL. Oeiras, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.144

Palavras-chave:

Biodisponibilidade, Dissolução, Permeabilidade, Métodos in vitro

Resumo

Englobado na temática do desenvolvimento de métodos in vitro para avaliação da biodisponibilidade de fármacos, este trabalho de investigação teve como objectivo a optimização de um método para avaliar em simultâneo a dissolução e permeabilidade de fármacos usando uma célula de fluxo bilateral com membranas de Polyvinylidene Fluoride (PVDF). Através de uma avaliação inicial, na qual se testou o efeito de diversas variáveis na permeabilidade da cafeína e do ácido acetilsalicílico, obtiveram-se resultados que permitiram concluir que os ensaios realizados são mais reprodutíveis, quando a célula de fluxo é utilizada em circulação unilateral no lado dador e com agitação do lado aceitador. Observou-se ainda que o método permite detectar a influência do pH (Papp da cafeína a pH 7,4 e 4,5: 4,84±1,57x10-5cm.s-1 e 6,00±0,70x10-5cm.s-1; Papp do ácido acetilsalicílico a pH 7,4 e 4,5: 3,85±0,38x10-5cm.s-1 e 5,11±0,65x10-5cm.s-1) e dos excipientes (Papp da cafeína isoladamente e em presença de excipientes: 6,76±1,22 x 10-5cm.s-1 e 5,84±0,43x10-5cm.s-1; Papp do ácido acetilsalicílico isoladamente e em presença de excipientes: 7,07±1,56x10-5 cm.s-1 e 5,19±0,23x10-5cm.s-1) na permeabilidade dos compostos. Na avaliação da dissolução testou-se um método descrito na United States Pharmacopeia (USP) com meio de dissolução a pH 4,5 e um método com meio de dissolução a pH 7,4 pois na perspectiva de no futuro se realizarem ensaios com membranas celulares Caco-2, foi necessário testar um meio compatível com estas. As percentagens de dissolução dos ensaios a pH 7,4 foram de 96,3% para a cafeína e de 87,1% para o ácido acetilsalicílico, o que permitiu a utilização deste meio, visto ter sido superior ao limite mínimo de 80% estabelecido pela USP. Após estabelecimento das metodologias de dissolução e permeabilidade individuais, passou-se ao acoplamento das duas técnicas, tendo sido realizados ensaios de dissolução/permeabilidade com uma forma farmacêutica contendo os dois compostos em estudo (Melhoral®), nos quais se obtiveram permeabilidades aparentes de 3,97±0,37x10-5cm.s-1 e 3,69±0,29 x10-5cm.s-1 para a cafeína e ácido acetilsalicílico a pH 4,5 e de 3,77±0,40x10-5cm.s-1 e 4,08± 0,04x10-5cm.s-1 para a cafeína e ácido acetilsalicílico a pH 7,4, resultados estes que foram reprodutíveis e descriminativos e que perspectivam a possibilidade da utilização do sistema para futuros trabalhos envolvendo membranas de culturas celulares (Caco-2) ou tecidos (pele ou intestino).

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Publicado

15-11-2008

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Optimização de um método de avaliação simultânea da dissolução e permeabilidade de fármacos. (2008). Saúde & Tecnologia, 02, 38-44. https://doi.org/10.25758/set.144