Dificuldades da escrita e visão funcional nas crianças do ensino básico: a disortografia e a visão
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.602Palavras-chave:
Visão funcional, Anomalias da visão funcional, Função visual, Escrita, DisortografiaResumo
Introdução – A visão é um importante meio de desenvolvimento físico/motor, comportamental e cognitivo nas crianças, tendo uma grande relevância no processo de aprendizagem. Objetivo – Caracterizar as anomalias de função visual que contribuem para as dificuldades da escrita em crianças do 3º e 4º anos de escolaridade e relacionar com os erros ortográficos identificados. Métodos – Estudo observacional, descritivo, transversal, de paradigma quantitativo do tipo correlacional. Amostra de 232 alunos, com idade entre sete e doze anos. Para aferir as dificuldades da escrita foi aplicado o Protocolo de Aferição de Dificuldades em Leitura e Escrita. Para o estudo da função visual foi aplicado o protocolo clínico de ortóptica. Resultados – Verificou-se que os alunos com alterações na acuidade visual para perto (3,45%), no ponto próximo de convergência (17,3%) e no ponto próximo de acomodação (32,4%) deram mais erros na cópia, por troca de letras. Os alunos com vergências alteradas, nomeadamente na convergência para perto (69,6%) e na convergência para longe (76,4%), cometeram, respetivamente, mais erros no ditado e na cópia também por troca de letras. Conclusões – As anomalias mais comuns em crianças em idade escolar são: erros refrativos, ambliopia, insuficiência de convergência, desequilíbrio oculomotor (estrabismos). Apesar dos alunos com alterações na acuidade visual para perto, ponto próximo de convergência, ponto próximo de acomodação, convergência para perto e para longe terem dado mais erros, as correlações não foram estatisticamente significativas.
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