Dificuldades da escrita e visão funcional nas crianças do ensino básico: a disortografia e a visão

Autores

  • Ilda Maria Poças Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal | CeiED – Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Lisboa, Portugal.
  • Carina Silva H&TRC—Health & Technology Research Center, ESTeSL—Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal | CEAUL – Centro de Estatística e Aplicações, Universidade de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Anzhelika Besidovska Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Marlene Rocha Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Nilsa Valimamade Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Patrícia Mourato Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Sara Martins Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.602

Palavras-chave:

Visão funcional, Anomalias da visão funcional, Função visual, Escrita, Disortografia

Resumo

Introdução A visão é um importante meio de desenvolvimento físico/motor, comportamental e cognitivo nas crianças, tendo uma grande relevância no processo de aprendizagem. Objetivo Caracterizar as anomalias de função visual que contribuem para as dificuldades da escrita em crianças do 3º e 4º anos de escolaridade e relacionar com os erros ortográficos identificados. Métodos Estudo observacional, descritivo, transversal, de paradigma quantitativo do tipo correlacional. Amostra de 232 alunos, com idade entre sete e doze anos. Para aferir as dificuldades da escrita foi aplicado o Protocolo de Aferição de Dificuldades em Leitura e Escrita. Para o estudo da função visual foi aplicado o protocolo clínico de ortóptica. Resultados Verificou-se que os alunos com alterações na acuidade visual para perto (3,45%), no ponto próximo de convergência (17,3%) e no ponto próximo de acomodação (32,4%) deram mais erros na cópia, por troca de letras. Os alunos com vergências alteradas, nomeadamente na convergência para perto (69,6%) e na convergência para longe (76,4%), cometeram, respetivamente, mais erros no ditado e na cópia também por troca de letras. Conclusões As anomalias mais comuns em crianças em idade escolar são: erros refrativos, ambliopia, insuficiência de convergência, desequilíbrio oculomotor (estrabismos). Apesar dos alunos com alterações na acuidade visual para perto, ponto próximo de convergência, ponto próximo de acomodação, convergência para perto e para longe terem dado mais erros, as correlações não foram estatisticamente significativas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Amorim WW, Sampaio NF, Temponi CN, Zamilute IA, Cavalcante DC, Ikuta VV. Neurofisiologia da escrita: o que acontece no cérebro humano quando escrevemos? [Neurophysiology of writing: what happens in the human brain when we write?]. Neuropsicol Latinoam. 2016;8(1):1-11. Portuguese

American Academy of Pediatrics. Joint statement: learning disabilities, dyslexia, and vision. Pediatrics. 2009;124(2):837-44.

Fernandes MA. As implicações de problemas visuais no processo de aprendizagem escolar das escolas [dissertation]. Covilhã: Universidade da Beira Interior; 2012. Available from: http://hdl.handle.net/10400.6/1216

Zuanetti PA, Fukuda MT. Aspectos perinatais, cognitivos e sociais e suas relações com as dificuldades de aprendizagem [Perinatal, cognition and social aspects and their relationships with learning problems]. Rev CEFAC. 2016;14(6):1047-56. Portuguese

Guimarães MR, Guimarães RQ. Avaliação da visão funcional em distúrbios de aprendizagem: o papel do oftalmologista nos déficits de visão e aprendizagem. In: Ventura LO, Travassos SB, Silva OA, Dolan M, editors. Dislexia e distúrbios de aprendizagem. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2012. p. 159-74.

Coelho DT. A realidade 4D: dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia [homepage]. In: IX Congresso de Neurociências e Educação Especial, Viseu, maio de 2014. Available from: https://prezi.com/owidutt962eo/realidade-4d/

Lopes FT. Dificuldades de escrita: o erro ortográfico, revelador do conhecimento metafonológico do escrevente aluno do ensino básico [dissertation]. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; 2011. Available from: https://hdl.handle.net/10316/20243

Hussaindeen JR, Shah P, Ramani KK, Ramanujan L. Efficacy of vision the vision therapy in children with learning disability and associated binocular vision anomalies. J Optom. 2018;11(1):40-8.

Dusek W, Pierscionek B, McClelland JF. A survey of visual function in an Austrian population of school-age children with reading and writing difficulties. BMC Ophthalmol. 2010;10:16.

Leung MM, Lam CS, Lam SS, Pao NW, Li-Tsang CW. The effect of a combined visual efficiency and perceptual motor training programme on the handwriting performance of children with handwriting difficulties: a pilot study. Optom Vis Perform. 2016;4(2):76-89.

Nunes AF, Monteiro PM, Ferreira FB, Nunes AS. Convergence insufficiency and accommodative insufficiency in children. BMC Ophthalmol. 2019;19(1):58.

Wood JM, Black AA, Hopkins S, White SL. Vision and academic performance in primary school children. Ophthalmic Physiol Opt. 2018;38(5):516-24.

Direção-Geral da Educação. Aprendizagem da leitura e da escrita (LE): caderno de apoio [Internet]. Lisboa: DGE; [s.d.]. Available from: https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Basico/Metas/Portugues/caderno_aprendizagem_da_leitura.pdf

Buescu HC, Morais J, Rocha MR, Magalhães VF. Programa e metas curriculares de português do ensino básico [Internet]. Lisboa: Ministério da Educação e Ciência; 2015. Available from: https://www.dge.mec.pt/sites/default/files/Basico/Metas/Portugues/pmcpeb_julho_2015.pdf

Braddick O, Atkinson J. Development of human visual function. Vision Res. 2011;51(13):1588-609.

American Optometric Association. Evidence-based clinical practice guideline: comprehensive pediatric eye and vision examination. Optom Clin Pract. 2020;2(2):7.

Rossi LD, Vasconcelos GC, Saliba GR, Brandão AO, Amorim RH. Avaliação da visão funcional em crianças: revisão da literatura. Oftalmologia. 2013;37(1):1-9.

Ansons AM, Davis H. Diagnosis and management of ocular motility disorders. Wiley; 2013. ISBN 9781118712368

Duke-Elder S. Refracção prática. 10ª ed. Rio de Janeiro: Rio Med Livros; 1997.

Rowe FJ. Clinical orthoptics. 3rd ed. Blackwell; 2012. ISBN 9781118702871

Von Noorden GK, Campos EC. Binocular vision and ocular motility. 6th ed. St. Louis: Mosby; 2002. ISBN 0323011292

Pereira R. PADLE: protocolo de aferição de dificuldades em leitura e escrita (2º ao 6º ano). Qualconsoante; 2019.

Direção-Geral da Saúde. Rastreio de saúde visual infantil: norma nº 015/2018, de 05/09/2018. Lisboa: DGS; 2018.

Serviço Nacional de Saúde. Estratégia nacional para a saúde da visão: despacho nº 1696/2018 [Internet]. Available from: https://www.dgs.pt/ficheiros-de-upload-2013/ensavi-pdf.aspx

Roberts PS, Rizzo JR, Hreha K, Wertheimer J, Kaldenberg J, Hironaka D, et al. A conceptual model for vision rehabilitation. J Rehabil Res Dev. 2016;53(6):693-704.

Pi LH, Chen L, Liu Q, Ke N, Fang J, Zhang S, et al. Prevalence of eye diseases and causes of visual impairment in school-aged children in Western China. J Epidemiol. 2012;22(1):37-44.

Downloads

Publicado

23-05-2024

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Dificuldades da escrita e visão funcional nas crianças do ensino básico: a disortografia e a visão. (2024). Saúde & Tecnologia, 30, e602. https://doi.org/10.25758/set.602