Níveis atmosféricos de esporos de Alternaria e Cladosporium na cidade de Beja e seu envolvimento na doença alérgica respiratória
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.2051Palavras-chave:
Esporos fúngicos, Alternaria, Cladosporium, Alt a1, Alergia respiratóriaResumo
Introdução – Os esporos fúngicos são uma das maiores componentes biológicas atmosféricas; no entanto, são ainda pouco estudados e não lhes é reconhecida a influência devida na doença alérgica respiratória. Neste trabalho pretende-se determinar a importância dos níveis de esporos atmosféricos de Alternaria e Cladosporium na doença alérgica respiratória na cidade de Beja. Método – Analisaram-se os níveis atmosféricos de esporos de Alternaria e Cladosporium na cidade de Beja. A metodologia utilizada é recomendada pela Rede Portuguesa de Aerobiologia: utilizou-se um coletor volumétrico do tipo Hirst, um Burkard seven-day Volumetric Spore-trape®; os esporos foram coletados numa bobine que continha uma fita de Melinex impregnada com silicone e corados com solução de glicerogelatina com fucsina básica. Para a leitura das amostras utilizou-se o método de leitura das quatro linhas longitudinais ao microscópio ótico com uma ampliação de 400x. Os resultados obtidos foram convertidos e expressos em número de esporos por metro cúbico de ar. Selecionaram-se doentes alérgicos a fungos com provas de sensibilização positivas para o alergénio mx1 e realizou-se uma análise de diagnóstico molecular de sensibilização ao alergénio Alt a1 através do equipamento Phadia 250® pelo método de imunoensaio fluoroenzimático. Resultados – No período deste estudo registaram-se 320.862 esporos do tipo Cladosporium e 20.741 esporos do tipo Alternaria. Os testes de diagnóstico molecular confirmaram que 81% dos doentes sensibilizados a fungos são alérgicos a Alternaria. Conclusão – Os níveis atmosféricos de Alternaria são elevados e provocam sensibilização alérgica nos doentes da região de Beja. O alergénio Alt a1 permite identificar a maioria dos doentes alérgicos a fungos nesta região.
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