Limitações do uso da retinografia não midriática como método de rastreio da retinopatia diabética: uma scoping review

Autores

  • Filipa Palma Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal
  • Pedro Camacho Departamento das Ciências da Terapia e Reabilitação, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.2277

Palavras-chave:

Retinopatia diabética, Rastreio, Retinografia não midriática, Imagem da retina, Limitações

Resumo

Introdução – A retinopatia diabética é uma das principais complicações microvasculares da diabetes e é a principal causa de cegueira evitável na população ativa nos países desenvolvidos. Com um longo período assintomático, o diagnóstico precoce permite que se evitem terapêuticas agressivas, repetidas e dispendiosas. No entanto, a realização anual de exames ao polo posterior para deteção precoce da retinopatia diabética através de câmaras não midriáticas, apesar de ser o método gold standard, apresenta algumas fragilidades. Objetivo – Descrever a evidência científica existente relativa às limitações do uso isolado da retinografia não midriática como método de rastreio da retinopatia diabética. Métodos – Estudo descritivo de scoping review baseado na metodologia do Joanna Briggs Institute. Para a pesquisa de artigos científicos utilizaram-se as bases de dados PubMed e Web of Science. Foram definidos como critérios de inclusão artigos com uma população constituída por diabéticos que realizaram rastreio da retinopatia diabética através de retinografia não midriática; e artigos redigidos nos idiomas inglês ou português e publicados entre janeiro de 2000 e junho de 2020. Resultados – Selecionaram-se seis artigos para elaborar o presente estudo, tendo em conta os critérios de elegibilidade. A taxa de imagens não classificáveis é a grande limitação deste método. Foi encontrada uma correlação
positiva entre o aumento da idade e imagens não classificáveis na maioria das vezes devido a opacidades dos meios óticos, ao menor diâmetro pupilar e à presença de outras patologias. Vários estudos reportaram ainda que a retinografia tem capacidade limitada na deteção do edema macular diabético. Conclusões – Novas tecnologias e novos métodos de processamento de
imagem da retina podem potencialmente no futuro ser adotados pelos programas de rastreio, de modo a fornecer soluções para a deteção mais eficaz e eficiente da retinopatia diabética e do edema macular diabético reduzindo a percentagem de doentes com retinografias não classificáveis.

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Publicado

31-05-2021

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Limitações do uso da retinografia não midriática como método de rastreio da retinopatia diabética: uma scoping review. (2021). Saúde & Tecnologia, 25, 10-17. https://doi.org/10.25758/set.2277