Fisioterapia baseada em evidência e guidelines clínicas: atitudes, conhecimentos e implementação em educadores clínicos
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.582Keywords:
Educação, Guideline prática, Prática baseada em evidência, Translação de conhecimentoAbstract
Introdução – A prática baseada em evidência (PBE) encontra-se bem estabelecida na formação dos estudantes de fisioterapia e, por isso, é esperado que eles venham a ter oportunidade de a aplicar durante os estágios clínicos. No entanto, o posicionamento dos educadores clínicos relativamente à PBE pode impedir este processo educacional. Objetivos – Descrever pela primeira vez domínios da PBE em educadores clínicos Portugueses e quantificar as associações entre as suas características individuais e a PBE. Métodos – Um levantamento de dados transversal através de email foi realizado em educadores clínicos do curso de fisioterapia da CESPU. Dois emails foram enviados a 289 contactos (separados temporalmente em três semanas). Informação socio-demográfica e pós-graduada foi recolhida como variáveis de exposição. Foi criado um questionário relativo aos diferentes domínios da PBE. Resultados – Observou-se uma atitude positiva quanto à PBE (cinco questões avaliadas ≥87%). Apesar de 25% dos clínicos não terem recebido formação em PBE, quase todos reportaram saber “questionar”, “procurar” e “avaliar criticamente”. Apenas 60% reportaram usar guidelines clínicas. Treino complementar entre 16h-30h/ano esteve associado de forma positiva com diferentes aspetos da PBE (p≤0,009), com tendências decrescentes na força da associação após esses valores intermédios. Discussão – As estimativas de PBE encontradas em educadores clínicos parecem similares às previamente reportadas, mas apenas 60% dos educadores declarou usar guidelines clínicas na sua prática (comparativamente a 86%). Conclusões – Educadores clínicos em fisioterapia parecem possuir uma atitude positiva relativamente à PBE e demonstram níveis elevados de treino nesta área. No entanto, o uso de guidelines clínicas no contexto clínico da fisioterapia necessita ser promovido. O nível ideal de treino complementar parece encontrar-se entre as 16-30h/ano, pois à medida que essas horas aumentam uma maior atenção à componente de expertise clínica da PBE parece ocorrer.
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