Diagnóstico da Tinea pedis e onicomicose em pacientes do Instituto Nacional de Saúde em Portugal: estudo de 4 anos

Autores

  • Carla Viegas Environmental Health RG, Lisbon School of Health Technology, Polytechnic Institute of Lisbon. Lisbon, Portugal.
  • Raquel Sabino Environmental Health RG, Lisbon School of Health Technology, Polytechnic Institute of Lisbon. Lisbon, Portugal. URSZ – Infectious Diseases Department, National Institute of Health Dr. Ricardo Jorge. Lisbon, Portugal.
  • Helena Parada URSZ – Infectious Diseases Department, National Institute of Health Dr. Ricardo Jorge. Lisbon, Portugal.
  • João Brandão URSZ – Infectious Diseases Department, National Institute of Health Dr. Ricardo Jorge. Lisbon, Portugal.
  • Elisabete Carolino Área Científica de Matemática, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Laura Rosado URSZ – Infectious Diseases Department, National Institute of Health Dr. Ricardo Jorge. Lisbon, Portugal.
  • Cristina Veríssimo URSZ – Infectious Diseases Department, National Institute of Health Dr. Ricardo Jorge. Lisbon, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.684

Palavras-chave:

Tinea pedis, Onicomicose, Frequência, Agentes etiológicos, Variáveis

Resumo

Tinea pedis e onicomicose possuem uma grande diversidade nas suas formas clínicas. Os seus agentes etiológicos podem ser fungos dermatófitos, fungos filamentosos não dermatófitos ou leveduras. Este estudo foi desenvolvido com o intuito de caracterizar estatisticamente os resultados provenientes de um estudo desenvolvido durante quatro anos sobre a frequência de Tinea pedis e de onicomicose e dos respetivos agentes etiológicos. Foi distribuído um questionário de 2006 a 2010, tendo o mesmo sido respondido por 186 pacientes, que foram submetidos a colheita de pele e/ou unhas. A frequência dos isolados das espécies fúngicas foi relacionada com os dados provenientes do questionário, procurando associações com fatores que se conhecem como favorecedores das infeções. Foram obtidos 163 isolados de espécies fúngicas, em que 24,2% apresentavam mais do que uma espécie. A maior parte dos estudos, que incidem nesta temática, referem os fungos dermatófitos como os agentes etiológicos mais comuns, seguidos pelas leveduras e pelos fungos filamentosos não dermatófitos. O nosso estudo corroborou os mesmos resultados. Os fungos dermatófitos apresentaram frequência de 15,6% (com um total de 42 isolados), em que o T. rubrum foi a espécie mais frequente (41,4%). Não se verificou associação significativa (p>0,05) entre lesão visível e as variáveis independentes testadas, designadamente: idade, sexo, animal de estimação, educação, frequência de piscinas, atividade física e informação clínica. Ao contrário de outros estudos, as variáveis testadas não apresentaram a influência esperada nas dermatomicoses dos membros inferiores, sendo por isso necessário realizar mais estudos para identificar as variáveis que influenciam ambas as infeções.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Kaur R, Kashyap B, Bhalla P. Onychomycosis: epidemiology, diagnosis and management. Indian J Med Microbiol. 2008;26(2):108-16.

Caputo R, De Boulle K, Del Rosso J, Nowicki R. Prevalence of superficial fungal infections among sports-active individuals: results from the Achilles survey, a review of the literature. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2001;15(4):312-6.

Szepietowski JC, Reich A, Garlowska E, Kulig M, Baran E, Onychomycosis Epidemiology Study Group. Factors influencing coexistence of toenail onychomycosis with Tinea pedis and other dermatomycoses: a survey of 2761 patients. Arch Dermatol. 2006;142(10):1279-84.

Grillot R. Les mycoses humaines: demarche diagnostique. Paris: Elsevier Masson; 1997. ISBN 9782906077799

Larone DH. Medically important fungi: a guide to identification. 4th ed. Washington, DC: ASM Press; 2002. ISBN 9781555811723

De Hoog GS, Cuarro GJ, Gene J, Figueras MJ. Atlas of clinical fungi. 2nd ed. Washington, DC: ASM Press; 2001. ISBN 9789070351434

Ghannoum MA, Hajjeh RA, Scher R, Konnikov N, Gupta AK, Summerbell R, et al. A large-scale North American study of fungal isolates from nails: the frequency of onychomycosis, fungal distribution and antifungal susceptibility patterns. J Am Acad Dermatol. 2000;43(4):641-8.

Rao CY, Burge HA, Chang JC. Review of quantitative standards and guidelines for fungi in indoor air. J Air Waste Manag Assoc. 1996;46(9):899-908.

Torres-Rodríguez JM, López-Jodra O. Epidemiology of nail infection due to keratinophilic fungi. Rev Iberoam Micol. 2000;17:122-35.

Arenas-Guzmán R. Dermatofitoses en Mexico [Dermatophytoses in Mexico]. Rev Iberoam Micol. 2002;19:63-7. Spanish

Murray SC, Dawber RP. Onychomycosis of toenails: orthopaedic and podiatric considerations. Australas J Dermatol. 2002;43(2):105-12.

Szepietowski JC, Salomon J. Do fungi play a role in psoriatic nails? Mycoses. 2007;50(6):437-42.

Gupta AK, Jain HC, Lynde CW, Watteel GN, Summerbell RC. Prevalence and epidemiology of unsuspected onychomycosis in patients visiting dermatologists’ offices in Ontario, Canada: a multicenter survey of 2001 patients. Br J Dermatol. 1997;36(10):783-7.

Svejgaard EL, Nilsson J. Onychomycosis in Denmark: prevalence and fungal nail infection in general practice. Mycoses. 2004;47(3-4):131-5.

Abeck D, Haneke E, Nolting S. Onychomykose. Dt Ärzteblatt. 2000;97:1984-6. German

Bassiri-Jahromi S, Khaksari AA. Epidemiological survey of dermatophytosis in Tehran, Iran, from 2000 to 2005. Indian J Dermatol Venereol Leprol. 2009;75(2):142-7.

Borman AM, Campbell CK, Fraser M, Johnson EM. Analysis of the dermatophyte species isolated in the British Isles between 1980 and 2005 and review of worldwide dermatophyte trends over the last three decades. Med Mycol. 2007;45(2):131-41.

Duarte ML, Macedo C, Estrada I. Panorama epidemiológico das dermatofitoses no distrito de Braga: revisão de 15 anos (1983–1998). Trab Soc Port Dermatol Venereol. 2000;58:55-61. Portuguese

Lopes V, Velho G, Amorim M, Cardoso ML, Massa A, Amorim JM. Incidência de dermatófitos, durante três anos, num hospital do Porto (Portugal) [Three years incidence of dermatophytes in a hospital in Porto (Portugal)]. Rev Iberoam Micol. 2002;19(4):201-3. Portuguese

Tosti A, Piraccini BM, Stinchi C, Lorenzi S. Onychomycosis due to Scopulariopsis brevicaulis: clinical features and response to systemic antifungals. Br J Dermatol. 1996;135(5):799-802.

Ruiz LR, Zaitz C. Dermatófitos e dermatofitoses na cidade de São Paulo no período de Agosto de 1996 a Julho de 1998 [Dermatophytes and dermatophytosis in the city of São Paulo, from August 1996 to July 1998]. An Bras Dermatol. 2001;76(4):391-401. Portuguese

Pinto GM, Tapadinhas C, Moura C, Medeiros MJ, Lacerda e Costa MH. Tinhas em crianças: revisão de 5 anos, 1988-1992. Trab Soc Port Dermatol Venereol. 1994;52:17-28. Portuguese

Rodrigo FG. Micoses superficiais. Trab Soc Port Dermatol Venereol. 1998;55(4):277-302. Portuguese

Teles R, Rosado ML. Micoses nos pés, numa amostragem colhida numa fábrica de montagem de automóveis numa região industrial dos arredores de Lisboa. Arq Inst Nac Saúde. 1989;14:175-8. Portuguese

Gianni C, Cerri A, Crosti C. Non-dermatophytic onychomycosis: an underestimated entity? A study of 51 cases. Mycoses. 2000;43(1-2):29-33.

Araújo AJ, Souza MA, Bastos OM, Oliveira JC. Onicomicoses por fungos emergentes: análise clínica, diagnóstico laboratorial e revisão [Onychomycosis caused by emergent fungi: clinical analysis, diagnosis and revision]. An Bras Dermatol. 2003;78(4):445-55. Portuguese

Garg A, Venkatesh V, Singh M, Pathak KP, Kaushal GP, Agrawal SK. Onychomycosis in central India: a clinicoetiologic correlation. Int J Dermatol. 2004;43(7):498-502.

Tosti A, Piraccini BM, Lorenzi S. Onychomycosis caused by nondermatophytic molds: clinical features and response to treatment of 59 cases. J Am Acad Dermatol. 2000;42(2 Pt 1):217-24.

Shemer A, Davidovici B, Grunwald MH, Trau H, Amichai B. Br J Dermatol. 2009;160(1):37-9.

Summerbell RC. Epidemiology and ecology of onychomycosis. Dermatology. 1997;194 Suppl 1:32-6.

Meireles TE, Rocha MF, Brilhante RS, Cordeiro R de A, Sidrim JJ. Successive mycological nail tests for onychomycosis: a strategy to improve diagnosis efficiency. Braz J Infect Dis. 2008;12(4):333-7.

Figueiredo VT, de Assis Santos D, Resende MA, Hamdan JS. Identification and in vitro antifungal susceptibility testing of 200 clinical isolates of Candida spp. responsible for fingernail infections. Mycopathologia. 2007;164(1):27-33.

Vella Zahra L, Gatt P, Boffa MJ, Borg E, Mifsud E, Scerri L, et al. Characteristics of superficial mycoses in Malta. Int J Dermatol. 2003;42(4):265-71.

Uchida K, Tanaka T, Yamaguchi H. Achievement of complete mycological cure by topical antifungal agent NND-502 in guinea pig model of Tinea pedis. Microbiol Immunol. 2003;47(2):143-6.

Gupta AK, Cooper EA, Macdonald P, Summerbell RC. Utility of inoculum counting (Walshe and English criteria) in clinical diagnosis of onychomycosis caused by nondermatophytic filamentous fungi. J Clin Microbiol. 2001;39(6):2115-21.

Nelson M, Martins A, Heffermast M. Dermatology in general medicine (Vol. II). 6th ed. London: McGraw-Hill; 2004.

Singh D, Patel DC, Rogers K, Wood N, Riley D, Morris AJ. Epidemiology of dermatophyte infection in Auckland, New Zealand. Australas J Dermatol. 2003;44(4):263-6.

Kazemi A. Tinea unguium in the North-West of Iran (1996-2004). Rev Iberoam Micol. 2007;24(2):113-7.

Seebacher C, Bouchara JP, Mignon B. Updates on the epidemiology of dermatophyte infections. Mycopathologia. 2008;166(5-6):335-52.

Chermette R, Ferreiro L, Guillot J. Dermathophytoses in animals. Mycopathologia. 2008;166(5-6):385-405.

Pier AC, Smith JM, Alexiou H. Animal ringworm: its etiology, public health significance and control. J Med Vet Mycol. 1994;32(1):133-50.

Brandi G, Sisti M, Paparini A, Gianfranceschi G, Schiavano GF, De Santi M, et al. Swimming pools and fungi: an environmental epidemiology survey in Italian indoor swimming facilities. Int J Environ Health Res. 2007;17(3):197-206.

Downloads

Publicado

15-11-2013

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Diagnóstico da Tinea pedis e onicomicose em pacientes do Instituto Nacional de Saúde em Portugal: estudo de 4 anos. (2013). Saúde & Tecnologia, 10, 36-41. https://doi.org/10.25758/set.684