Conhecimentos, crenças e consumo de antibióticos na Europa: uma revisão de âmbito
Palavras-chave:
Consumo de antibióticos, Crenças de saúde, Conhecimentos, EuropaResumo
Introdução – O consumo excessivo e inadequado de antibióticos corresponde a um problema grave de saúde pública, essencialmente pela disseminação das resistências bacterianas. O presente artigo tem como objetivo realizar uma revisão de âmbito sobre conhecimentos, crenças e consumo de antibióticos na população europeia e a relação entre estas variáveis, bem como com variáveis sociodemográficas (idade, sexo, escolaridade, área de residência), visando uma síntese da investigação original sobre o tema. Métodos – A revisão foi realizada nas bases de dados PubMed, Web of Science, SciELO e Lilacs, incluindo artigos publicados entre 2008 e 2021. Dos 246 registos inicialmente obtidos, 26 artigos preencheram os critérios de inclusão. Resultados – A maioria dos estudos recorreu ao questionário de autopreenchimento como método de recolha de dados. O nível de conhecimento sobre antibióticos revelou-se bastante heterogéneo. Contudo, só uma minoria dos estudos identificou um bom grau de conhecimentos. Em doze dos estudos analisados, as variáveis sociodemográficas apresentaram uma elevada relação com o conhecimento sobre antibióticos, sendo este superior em inquiridos com um maior grau de escolaridade, adultos jovens e de meia-idade, com formação na área da saúde ou com familiares no ramo da saúde. A crença de que os antibióticos servem para tratar mais rapidamente doenças como gripes e constipações é a mais frequentemente relatada. O consumo de antibióticos revelou-se superior em inquiridos do sexo feminino e com menor escolaridade. Poucos estudos encontraram relações significativas do consumo de antibióticos com a idade e a área de residência. Conclusões – Os estudos indicam que, de um modo geral, o nível de conhecimento não é suficiente para permitir um consumo adequado de antibióticos, salientando-se a importância de se realizarem campanhas mais efetivas sobre a utilização destes medicamentos, que foquem o conhecimento e as crenças associadas ao seu uso inadequado. Só assim será possível reduzir a disseminação das resistências bacterianas.
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