Espetroscopia (1H) por ressonância magnética do disco intervertebral lombar no adulto e sua aplicação na rotina imagiológica

Autores

  • J. Cruz Maurício Centro de Radiologia de Tomar. Tomar, Portugal. Clínica CREAR. Lisboa, Portugal.
  • Maria Margarida Ribeiro Área Científica de Radiologia, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal. Departamento de Anatomia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.1124

Palavras-chave:

Espetroscopia (1H), Discos intervertebrais lombares, Involução, Degenerescência discal

Resumo

Objetivos – Demonstrar o potencial da espetroscopia (1H) por ressonância magnética na doença degenerativa discal lombar e defender a integração desta técnica na rotina clínico-imagiológica para a precisa classificação da involução vs degenerescência dos discos L4-L5 e L5-S1 em doentes com lombalgia não relacionável com causa mecânica. Material e métodos – O estudo incluiu 102 discos intervertebrais lombares de 123 doentes. Foram estudados 61 discos de L4-L5, 41 discos de L5-S1 e 34 discos de D12-L1. Utilizou-se um sistema de ressonância magnética de 1,5 T e técnica monovoxel. Obtiveram-se os rácios [Lac/Nacetyl] e [Nacetyl/(Lac+Lípidos)] e aplicou-se a ressonância de lípidos para avaliar a bioquímica do disco com o fim de conhecer o estado de involução vs degenerescência que o suscetibilizam para a instabilidade e sobrecarga. Avaliou-se o comportamento dos rácios e do teor lipídico dos discos L4-L5-S1 e as diferenças apresentadas em relação a D12-L1. Foi também realizada a comparação entre os discos L4-L5, L5-S1 e D12-L1 na ponderação T2 (T2W), segundo a classificação ajustada (1-4) de Pfirrmann1. Resultados – Verificou-se que os rácios e o valor dos lípidos dos discos L4-L5-S1 apresentaram diferenças estatisticamente significativas quando relacionados com os discos D12-L1. O rácio [Lac/Nacetyl] em L4-L5-S1 mostrou-se aumentado em relação a D12-L1 (p=0,033 para os discos com grau de involução [1+2] e p=0,004 para os discos com grau [3+4]). Estes resultados sugerem que a involução vs degenerescência dos discos nos graus mais elevados condiciona um decréscimo do pico do Lactato. O rácio [Nacetyl/(Lac+Lip)] discrimina os graus de involução [1+2] do [3+4] no nível L4-L5, apresentando os valores dos rácios (média 0,65 e 0,5 respetivamente com p=0,04). O rácio médio de [Nacetyl/(Lac+Lip)] dos discos L4-L5 foi 1,8 vezes mais elevado do que em D12-L1. O espetro lipídico em L4-L5-S1 nos graus mais elevados não mostrou ter uma prevalência constante quanto às frequências de ressonância. Conclusão – A espetroscopia (1H) dos discos intervertebrais poderá ter aplicação na discriminação dos graus de involução vs degenerescência e representar um contributo semiológico importante em suplemento à ponderação T2 convencional. As ressonâncias de lípidos dos discos L4-L5 e L5-S1, involuídos ou degenerados, devem ser avaliadas em relação a D12-L1, utilizando este valor como referência, pois este último é o nível considerado estável e com baixa probabilidade de degenerescência.​

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Publicado

07-09-2022

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Espetroscopia (1H) por ressonância magnética do disco intervertebral lombar no adulto e sua aplicação na rotina imagiológica. (2022). Saúde & Tecnologia, 12, 24-32. https://doi.org/10.25758/set.1124