O efeito de um programa de fisioterapia na estabilização do prematuro
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.1114Palavras-chave:
Fisioterapia, Prematuro, Cuidados intensivos em neonatologia, Posicionamento, OximetriaResumo
O número de bebés que nascem prematuros tem vindo a aumentar. É indiscutível a importância dos avanços tecnológicos e da pesquisa nas Unidades de Cuidados Intensivos de Neonatologia (UCIN), sendo essencial o papel desempenhado pelos fisioterapeutas nos cuidados prestados a estes bebés. As suas potencialidades só se desenvolvem na medida em que o bebé encontra estimulação e posicionamento adequado. Realizou-se um estudo piloto na UCIN do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), no período de julho de 2011 a março de 2012, em que se pretendeu avaliar o efeito de um programa de fisioterapia na estabilização do prematuro. Este programa consistiu em posicionar o prematuro em decúbito dorsal, lateral direito e lateral esquerdo e decúbito ventral, permanecendo em cada posição 5 minutos. O objetivo foi avaliar, durante a permanência do bebé na UCIN, a alteração nos seguintes parâmetros: frequência cardíaca (FC) e saturação de oxigénio (SatO2), antes e depois do tratamento. A amostra por conveniência incluiu no estudo 30 bebés prematuros, sendo 13 do género feminino e 17 do género masculino, que obedeceram a critérios específicos de inclusão. Para verificar as variáveis fisiológicas FC e SatO2 foi utilizado um Oxímetro de Pulso BCI 3401. Verificou-se que a FC diminui e a SatO2 aumentou entre a primeira avaliação e a segunda avaliação, para a amostra total, assim como para os sujeitos do género feminino e os sujeitos do género masculino, para α = 0.05 e valor p≤0,001. Contudo, a diferença entre as médias dos dois momentos de avaliação da FC e da SatO2, em função do género, não revelaram diferenças estatisticamente significativas. Em conclusão, o estudo sugere que o programa de fisioterapia promove a melhoria da SatO2 e diminuição da FC, promovendo uma melhoria da estabilização do prematuro.
Downloads
Referências
Moniz C, Ramalho P, Abrantes M. Departamento da criança e da família – Unidade Coordenadora Funcional Setentrional (Área materna e neonatal): relatório do ano 2010. Lisboa: Centro Hospitalar Lisboa Norte; 2011.
Almeida V. Natalidade, mortalidade e esperança de vida à nascença nos concelhos portugueses: uma correção pela estrutura etária. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística; 2001.
Sarmento GJ. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Manole; 2011. ISBN 9788520431290
Campos D, Santos DC, Gonçalves VM. Importância da variabilidade na aquisição de habilidades motoras [Importance of variability in the acquisition of motor’s abilities]. Rev Neurociênc. 2005;13(3):152-7. Portuguese
Hussey-Gardner B, Famuyide M. Developmental Interventions in the NICU: what are the developmental benefits? NeoReviews. 2009;10(3):e113-20.
Brady A, Smith P, Neonatal Group of Association of Paediatric Chartered Physiotherapists. A competence framework and evidence-based practice guidance for the physiotherapist working in the neonatal intensive care and special care unit in the United Kingdom. Association of Paediatric Chartered Physiotherapists; 2011.
Ahmed SJ, Rich W, Finer NN. The effect of averaging time on oximetry values in the premature infant. Pediatrics. 2010;125(1):e115-21.
Laptook AR, Salhab W, Allen J, Saha S, Walsh M. Pulse oximetry in very low birth weight infants: can oxygen saturation be maintained in the desired range? J Perinatol. 2006;26(6):337-41.
Wasunna A, Whitelaw AG. Pulse oximetry in preterm infants. Arch Dis Child. 1987;62(9):957-8.
Leader D. Pulse oximetry. Medical Review Board; 2011.
Beyssac-Fargues C. L’environnement d’un bébé en néonatologie. [s.n.]; 2002.
Coutinho CP. Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: teoria e prática. Coimbra: Almedina; 2011. ISBN 9789724044873
Goodwin CJ. Research in psychology: methods and design. 3rd ed. New York: Wiley; 2002. ISBN 9780471398615
Marôco J. Análise estatística com o PASW Statistics (ex-SPSS). Pêro Pinheiro: Report Number; 2010. ISBN 9789899676305
Hernandez-Reif M, Diego M, Field T. Preterm infants show reduced stress behaviors and activity after 5 days of massage therapy. Infant Behav Dev. 2007;30(4):557-61.
Rodríguez Cardona MC. Fisioterapía en el niño prematuro. In Fisioterapia infantil práctica. Badajoz: Abecedário; 2005. p. 327-33. ISBN 9788493408961
Ratliffe KT. Fisioterapia na clínica pediátrica: guia para a equipe de fisioterapeutas. São Paulo: Santos; 2000. ISBN 8572882340
Solomon JW, O’Brien JC. Pediatric skills for occupational therapy assistants. 3rd ed. Mosby; 2011. ISBN 9780323059107
Silva VF, Silva AP. Desenvolvimento motor do bebé: efeito de um programa sensório-motor em prematuros na unidade de CTI [Infant motor development: effects of a sensory-motor program on premature infants in ITC]. Fit Perform J. 2003;2(4):207-12. Portuguese
Sweeney JK, Heriza CB, Blanchard Y, Dusing SC. Neonatal physical therapy. Part II: Practice frameworks and evidence-based practice guidelines. Pediatr Phys Ther. 2010;22(1):2-16.
Jorgensen KM. Cuidados para a promoção do desenvolvimento do bebé prematuro. Children`s Medical Ventures; 1997.
Campbell SK, Linden DW, Palisano RJ. Physical therapy for children. 3rd ed. Elsevier; 2006. ISBN 9780721603780
Marcellus L. Determination of positional skin-surface pressures in premature infants. Neonatal Netw. 2004;23(1):25-30.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Saúde & Tecnologia
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
A revista Saúde & Tecnologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A revista Saúde & Tecnologia não cobra, aos autores, taxas referentes à submissão nem ao processamento de artigos (APC).
Todos os conteúdos estão licenciados de acordo com uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Os autores têm direito a: reproduzir o seu trabalho em suporte físico ou digital para uso pessoal, profissional ou para ensino, mas não para uso comercial (incluindo venda do direito a aceder ao artigo); depositar no seu sítio da internet, da sua instituição ou num repositório uma cópia exata em formato eletrónico do artigo publicado pela Saúde & Tecnologia, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia e o seu conteúdo (incluindo símbolos que identifiquem a revista) não seja alterado; publicar em livro de que sejam autores ou editores o conteúdo total ou parcial do manuscrito, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia.