Fracionamento de seringas intravítreas de aflibercept e ranibizumab, utilizando técnica assética
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.804Palavras-chave:
Aflibercept, Ranibizumab, Fracionamento de seringas, Injeção intravítrea, Técnica asséticaResumo
Introdução – Os avanços em oftalmologia e a descoberta de fármacos antiangiogénicos administrados por injeção intravítrea revolucionaram o tratamento de diferentes doenças que afetam a retina. O aparecimento destes fármacos, em 2006, marcou a abordagem e curso da degenerescência macular da idade. Os fármacos anti-VEGF mais usados para injeção intravítrea são o ranibizumab, o bevacizumab e o aflibercept. Estes três fármacos estão disponíveis no mercado em frascos ampola, não precisam de ser diluídos ou reconstituídos. A solução disponibilizada comercialmente só precisa de ser transferida com recurso à técnica assética para seringas estéreis antes da administração. Este método permite que todo o conteúdo de um frasco comercial de uso único possa ser fracionado em várias seringas para armazenamento e posterior injeção a vários doentes, possibilitando uma melhor gestão. Objetivo – Pretende-se descrever um método usado para o fracionamento dos fármacos aflibercept e ranibizumab com recurso a técnica assética para administração intravítrea. Métodos – Realizou-se uma revisão narrativa da literatura e descrição do método utilizado, de acordo com a experiência e procedimentos realizados na farmácia hospitalar do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca EPE (HFF). Considerações finais – No âmbito dos inúmeros desafios colocados às instituições de saúde em Portugal e no mundo, com foco na sua sustentabilidade, é evidente a necessidade de criação de estratégias de gestão do uso dos medicamentos. Por este motivo, o fracionamento destes fármacos é realizado, reduzindo os custos e os desperdícios.
Downloads
Referências
Resende LS, Pinto IC, Magalhães LL, Back MI, Mares VS, Araújo RF, et al. Perfil de pacientes em terapia intravítrea com antiangiogênicos no instituto de olhos ciências médicas [Profile of patients in intravitreal therapy with antiangiogenics at the Medical Sciences Institute of Eyes]. Rev Med Minas Gerais. 2018;28(Suppl 7):10-6. Portuguese
Schmid MK, Thiel MA, Bachmann LM, Schlingemann RO. A decade of anti-VEGF drugs in ophthalmology: successes and challenges. J Clin Exp Ophthalmol. 2015;6(6):1000495.
Fogli S, Del Re M, Rofi E, Posarelli C, Figus M, Danesi R. Clinical pharmacology of intravitreal anti-VEGF drugs. Eye (Lond). 2018;32(6):1010-20.
Sassalos TM, Paulus YM. Prefilled syringes for intravitreal drug delivery. Clin Ophthalmol. 2019;13:701-6.
Ventrice P, Leporini C, Aloe JF, Greco E, Leuzzi G, Marrazzo G, et al. Anti-vascular endothelial growth factor drugs safety and efficacy in ophthalmic diseases. J Pharmacol Pharmacother. 2013;4(Suppl 1):S38-42.
Mira F, Martins D, Duarte L, Alfaiate M, Faria R, Fonseca AF. Guidelines de tratamentos intravítreos. Oftalmologia. 2017;41(Suppl 1):S25-30.
Abreu FR, Silva R, Cachulo ML, Figueira J, Pires I, Fonseca P, et al. Antiangiogénicos na degenerescência macular relacionada com a idade: a medicina baseada na evidência e a utilização off-label [Antiangiogenic drugs in age related macular degeneration: evidence based medicine and off-label use]. Oftalmologia. 2011;35(1):1-10. Portuguese
Entidade Reguladora da Saúde. Deliberação do conselho directivo da Entidade Reguladora da Saúde [Internet]. Lisboa: ERS; 2009 [cited 2022 Feb 18]. Available from: https://www.ers.pt/uploads/writer_file/document/269/ERS_055_09.pdf
Furtado MJ, Teixeira C, Carneiro A, Silva R. Degenerescência macular da idade (DMI): guidelines de tratamento 2018. Oftalmologia. 2018;42(Suppl 1):S7-44.
Murta JN, Reis FF, Lopes H, Deus J, Agrelos L, Arede JJ, et al. Rede nacional de especialidade hospitalar e de referenciação: oftalmologia [Internet]. Lisboa: Ministério da Saúde; 2016. Available from: https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2017/01/RRH-Oftalmologia-1.pdf
Schmidt-Erfurth U, Chong V, Loewenstein A, Larsen M, Souied E, Schlingemann R, et al. Guidelines for the management of neovascular age-related macular degeneration by the European Society of Retina Specialists (EURETINA). Br J Ophthalmol. 2014;98(9):1144-67.
Cachulo ML, Laíns I, Lobo C, Figueira J, Ribeiro L, Marques JP, et al. Age-related macular degeneration in Portugal: prevalence and risk factors in a coastal and an inland town (The Coimbra Eye Study - Report 2). Acta Ophthalmol. 2016;94(6):e442-53.
Mehta S. Degeneração macular relacionada à idade (DMRI) [homepage]. In: Manual MSD. Merck & Co; 2022 [cited 2022 Apr 26]. Available from: https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-oftalmol%C3%B3gicos/doen%C3%A7as-da-retina/degenera%C3%A7%C3%A3o-macular-relacionada-%C3%A0-idade-dmri
Sugimoto MA, Toledo VP, Cunha MR, Carregal VM, Jorge R, Leão P, et al. Quality of bevacizumab (Avastin®) repacked in single-use glass vials for intravitreal administration. Arq Bras Oftalmol. 2017;80(2):108-13.
Sivertsen MS, Jørstad ØK, Grevys A, Foss S, Moe MC, Andersen JT. Pharmaceutical compounding of aflibercept in prefilled syringes does not affect structural integrity, stability or VEGF and Fc binding properties. Sci Rep. 2018;8(1):2101.
Andersen JT, Spa R, Schootstra R, Schootstra J. Aseptic pharmaceutical compounding of aflibercept in the Zeringe® (0.3ml syringe) and storage (at 2-8°C) for 30 days, does not affect its structural integrity or stability. DobFar; 2019.
Cao S, Cui J, Matsubara J, Forooghian F. Long-term in vitro functional stability of compounded ranibizumab and aflibercept. Can J Ophthalmol. 2017;52(3):273-6.
Quintão T, Proença H, Teixeira S, Henriques J. 25 Perguntas & respostas: EDM (edema macular diabético) [Internet]. Lisboa: Grupo de Estudos da Retina; 2017 [cited 2022 Apr 24]. Available from: https://www.ger-portugal.com/download/76.pdf
Silva MI, Falcão M, Rosas V, Penas S, Fernandes VA, Carneiro Â, et al. Resultados anatómicos e funcionais de olhos com edema macular diabético após conversão de terapêutica com bevacizumab para aflibercept. Oftalmologia. 2018;42(4):10396.
European Medicines Agency. Lucentis: summary of product characteristics [Internet]. Amsterdam: EMA; 2009 [updated 2023 Oct 9; cited 2022 Apr 23]. Available from: https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/lucentis-epar-product-information_en.pdf
Khalili H, Sharma G, Froome A, Khaw PT, Brocchini S. Storage stability of bevacizumab in polycarbonate and polypropylene syringes. Eye (Lond). 2015;29(6):820-7.
European Medicines Agency. Avastin: summary of product characteristics [Internet]. Amsterdam: EMA; 2009 [updated 2023 Mar 17; cited 2022 Apr 23]. Available from: https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/avastin-epar-product-information_en.pdf
Gaspar A, Morgado S, Morgado M. Medicamentos frequentemente sujeitos a prescrição off-label. Bol CIM [Internet]. 2020;(jan-mar):1-4. Available from: https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/publicacoes/boletimcim_janeiro_marcyo_2020_af_3433897205e99eb4ec995a.pdf
Paul M, Vieillard V, Roumi E, Cauvin A, Despiau MC, Laurent M, et al. Long-term stability of bevacizumab repackaged in 1mL polypropylene syringes for intravitreal administration. Ann Pharm Fr. 2012;70(3):139-54.
Phasukkijwatana N, Tanterdtham J, Lertpongparkpoom D. Stability of bevacizumab divided in multiple doses for intravitreal injection. J Med Assoc Thai. 2015;98(8):798-803.
European Medicines Agency. Eylea: summary of product characteristics [Internet]. Amsterdam: EMA; 2012 [updated 2024 Jan 9; cited 2022 Apr 23]. Available from: https://www.ema.europa.eu/en/documents/product-information/eylea-epar-product-information_en.pdf
Gonzalez S, Rosenfeld PJ, Stewart MW, Brown J, Murphy SP. Avastin doesn't blind people, people blind people. Am J Ophthalmol. 2012;153(2):196-203.
Peterson JS, Rockwell K Jr, Scott IU, Ip MS, VanVeldhuisen PC, Blodi BA, et al. Long-term physical stability, sterility, and anti-vegf bioactivity of repackaged bevacizumab in 2-ml glass vials. Retina. 2019;39(9):1802-9.
Lode HE, Gjølberg TT, Foss S, Sivertsen MS, Brustugun J, Andersson Y, et al. A new method for pharmaceutical compounding and storage of anti-VEGF biologics for intravitreal use in silicone oil-free prefilled plastic syringes. Sci Rep. 2019;9(1):18021.
Subhi Y, Kjer B, Munch IC. Prefilled syringes for intravitreal injection reduce preparation time. Dan Med J. 2016;63(4):A5214.
Finkelstein M, Katz G, Zur D, Rubowitz A, Moisseiev E. The effect of syringe-filling technique on the risk for endophthalmitis after intravitreal injection of anti-VEGF agents. Ophthalmologica. 2022;245(1):34-40.
Mourato BV. Controlo de qualidade de formas farmacêuticas estéreis [dissertation]. Lisboa: Faculdade de Ciências e Tecnologias da Saúde, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; 2013. Available from: http://hdl.handle.net/10437/3283
Gouveia AP, Silva AS, Bernardo DM, Fernandes JM, Martins MA, Cunha MT, et al. Manual de preparação de citotóxicos [homepage]. Lisboa: Ordem dos Farmacêuticos; 2013 [cited 2022 Apr 3]. Available from: https://www.ordemfarmaceuticos.pt/pt/publicacoes/normas-profissionais/manual-de-preparacao-de-citotoxicos/
Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto. Diário da República. I Série;(167).
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2024 Saúde & Tecnologia
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
A revista Saúde & Tecnologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A revista Saúde & Tecnologia não cobra, aos autores, taxas referentes à submissão nem ao processamento de artigos (APC).
Todos os conteúdos estão licenciados de acordo com uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Os autores têm direito a: reproduzir o seu trabalho em suporte físico ou digital para uso pessoal, profissional ou para ensino, mas não para uso comercial (incluindo venda do direito a aceder ao artigo); depositar no seu sítio da internet, da sua instituição ou num repositório uma cópia exata em formato eletrónico do artigo publicado pela Saúde & Tecnologia, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia e o seu conteúdo (incluindo símbolos que identifiquem a revista) não seja alterado; publicar em livro de que sejam autores ou editores o conteúdo total ou parcial do manuscrito, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia.