Estimativa do risco de carcinogénese associado à radiação X no cateterismo ureteral “duplo J”

Autores

  • Tiago Ribeiro Serviço de Imagiologia Geral, Serviço de Urologia, Hospital de Santa Maria. Lisboa, Portugal.
  • Cláudia Martins Serviço de Imagiologia Geral, Serviço de Urologia, Hospital de Santa Maria. Lisboa, Portugal.
  • Marta Rocha Serviço de Imagiologia Geral, Serviço de Urologia, Hospital de Santa Maria. Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.44

Palavras-chave:

Cateterismo ureteral, Radiação X, Dose, Risco, Carcinogénese

Resumo

Introdução: Porque o cateterismo ureteral “duplo J” implica a exposição do doente a radiação X, com tempos de exposição consideráveis, incidentes numa região anatómica constituída por diversos órgãos, existem dúvidas em relação aos riscos associados à dose de radiação acumulada pelos doentes. O objectivo deste trabalho centrou-se em clarificar estas dúvidas através da estimação quantitativa do risco de carcinogénese associado à dose de radiação. Método: Foram estudados dados relativos a 146 doentes submetidos a procedimentos de cateterismo ureteral “duplo J” no Serviço de Urologia do Hospital de Santa Maria (HSM). As doses eficazes foram determinadas através de métodos Monte Carlo. O risco de carcinogénese foi estimado com base na relação linear dose/efeito, sem limiar de dose, por coeficientes de probabilidade. Resultados: Como resultados mais relevantes, estimou-se que 1 colocação seguida de 1 extracção do cateter “duplo J” proporciona ao doente um risco acrescido de carcinogénese de 0,012%, ou seja, cerca de 1 doente em 8330 desenvolve cancro radio-‑induzido. Estima-se também, por exemplo, que um doente submetido a 1 colocação, 1 substituição e 1 extracção é, em média, submetido a uma dose eficaz de 4,47mSv, valor de dose semelhante ao proporcionado por uma TC abdominal. Conclusão: Quando comparamos os riscos associados à radiação com o benefício clínico de “poupar” a função renal, concluímos que os benefícios são inestimavelmente mais importantes que os riscos. De qualquer forma, verificamos que existe sempre, ainda que relativamente baixo, algum risco associado aos níveis de dose. Assim, os princípios da Justificação e da Optimização deverão ser sempre equacionados neste tipo de procedimentos.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Martins MB. Efeitos biológicos das radiações ionizantes. 1. Curso de formação em protecção radiológica, Departamento de Protecção Radiológica e Segurança Nuclear, Instituto Tecnológico e Nuclear, Ministério da Ciência e do Ensino Superior. 2003.

Huda W, Slone R. Review of Radiologic Physics. 2nd ed. 2. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2003.

ICRP, International Commission on Radiological Protection. 3. Biological and Epidemiological information on Health Risks Attributable to Ionizing Radiation: A Summary of Judgements for the purposes of Radiological Protection Humans. FD-C1. 2005.

Tubiana M, Aurengo A, Averbeck D, Masse R. Recent 4. reports on the effect of low doses of ionizing radiation and its dose-effect relationship. Radiat Environ Biophys. 2006; 44: 245–251.

Chadwick KH, Leenhouts HP. Radiation risk is linear with 5. dose at low doses. Br J Radiology. 2005; 78: 8–10

Brenner DJ, Doll R, Goodhead DT, et al. Cancer risks 6. attributable to low doses of ionizing radiation: assessing what we really know. Proc Natl Acad Sci USA. 2003; 100:13761–13766.

Brenner DJ, Sachs RK. Estimating radiation-induced cancer 7. risks at very low doses: rationale for using a linear no-‑threshold approach. Radiat Environ Biophys. 2006; 44: 253–256.

BEIR VII, Committee on Health Effects of Exposure to Low 8. Levels of Ionizing Radiations, National Research Council. Health Risks from Exposure to Low Levels of Ionizing Radiation: Phase 2. National Academy Press, Washington DC. 2005.

Amis E, Butler PF, Applegate KE, Birnbaum SB, et al. 9. American College of Radiology White Paper on Radiation Dose in Medicine. J Am Coll Radiol. 2007; 4: 272–284.

Brenner DJ, Elliston CD. Estimated Radiation Risks 10. Potentially Associated with Full-Body CT Screening. Radiology RSNA Journals. 2004; 232: 735–738.

STUK, Radiation and Nuclear Safety Authority. PCXMC, 11. A PC-based Monte Carlo program for calculating patient doses in medical x-ray examinations. Helsinki. 2005. Available from: http://ww.stuk.fi/sateilyn_kayttajille/ohjelmat/PCXMC/en_GB/pcxmc/

Bor D, Sancak T, Olgar T, Elcim Y, et al. Comparison of 12. effective doses obtained from dose-area-product and air kerma measurements in interventional radiology. Br J Radiology. 2004; 77: 315–322.

Larrazet F, Dibie A, Philippe F, Palau R, et al. Factors 13. influencing fluoroscopy time and dose-area product values during ad hoc one vessel percutaneous coronary angioplasty. Br J Radiology. 2003; 76: 473–477.

Kotre CJ, Charlton S, Robson KJ, Birch IP, et al. Aplication 14. of low dose rate pulsed fluoroscopy in cardiac pacing and electrophysiology: patient dose and image quality implications. Br J Radiology. 2004; 77: 597–599.

Zweers D, Geleijns J, Aarts NJM, Hardam LJ, et al. Patient and 15. staff radiation dose in fluoroscopy-guided TIPS procedures and dose reduction, using dedicated fluoroscopy exposure settings. Br J Radiology. 1998; 71: 672–676.

McParland BJ. A Study of Patient Radiation Doses in 16. Interventional Radiological Procedures. Br J Radiology. 1998; 71; 175–185

Kim PK, Gracias VH, Maidment AD, O´Shea M, et al. 17. Cumulative Radiation Dose Caused By Radiologic Studies in Critically Ill Trauma Patients. The Journal of Trauma Injury, Infection and Critical Care. 2004; 57:510–514.

Hart D, Wall BF. The UK National Patient Dose Database: 18. now and in the future. Br J Radiology. 2005; 76: 361–365.

Fortin MF. O Processo de Investigação – da concepção à 19. realização. Lusociência. 1999.

Philips Medical Systems. Philips BV Pulsera: Instrucciones 20. de Uso, Realease 1.1, Nederland, 2001.

Mahesh M. Fluoroscopy: Patient Radiation Exposure Issues. 21. Radiographics RSNA Journals. 2001; 21:1033–1045.

Miller DL, Balter S, Noonan PT, Georgia JD. Minimizing 22. Radiation-induced Skin Injury in Interventional Radiology Procedures. Radiology RSNA Journals. 2002 Set; 225 (2): 329–336.

Carlson SK, Bender CE, Classic KL, Zink FE, et al. Benefits 23. and Safety of CT Fluoroscopy in Interventional Radiologic Procedures. Radiology RSNA Journals. 2001; 219: 515–520.

Downloads

Publicado

30-04-2008

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Estimativa do risco de carcinogénese associado à radiação X no cateterismo ureteral “duplo J”. (2008). Saúde & Tecnologia, 01, 30-35. https://doi.org/10.25758/set.44