Prevalência de fungos nas superfícies: o caso dos ginásios com piscina
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.234Palavras-chave:
Ginásios, Piscinas, Contaminação fúngica, Variáveis ambientais, Temperatura, HumidadeResumo
Introdução - Os ginásios com piscina poderão constituir um ambiente potenciador da disseminação fúngica, devido não só às variáveis ambientais, como a temperatura e humidade do ar, mas também devido ao crescente número de frequentadores desses espaços e às medidas higio-sanitárias aplicadas. Objectivos - Descrever os fenómenos ambientais da contaminação fúngica no pavimento dos ginásios com piscina e explorar eventuais associações entre variáveis ambientais. Metodologia - Realizou-se um estudo descritivo transversal, tendo sido monitorizada a contaminação fúngica no pavimento de dez ginásios com piscina mais frequentados dos 30 existentes na zona de Lisboa. Colheram-se amostras de superfícies, em seis locais diferentes, através da técnica de esfregaço por zaragatoa, antes e após a lavagem e desinfecção. Simultaneamente, monitorizaram-se os parâmetros ambientais, temperatura e humidade do ar, através do equipamento Babouc A, da LSI Systems. Resultados - Foram identificadas 37 espécies diferentes de fungos filamentosos, em que o género mais frequentemente isolado, antes (19,1%) e após (17,2%) a lavagem e desinfecção, foi Fusarium sp. Relativamente às leveduras, foram identificadas doze espécies diferentes. Cryptococcus sp. (40,6%) foi o género mais frequente antes da lavagem e desinfecção e, após os mesmos procedimentos, foi o género Candida sp. (49,3%). A lavagem e desinfecção não apresentaram a eficácia esperada e verificou-se que a relação entre a contaminação fúngica e a temperatura e humidade não é estatisticamente significativa (p > 0,05). Conclusões - A distribuição fúngica no pavimento foi coincidente com estudos internacionais; no entanto, os resultados referentes à eficácia da lavagem e desinfecção não foram os esperados e a relação entre a contaminação fúngica e a temperatura e a humidade não coincidem com os resultados de outros estudos, eventualmente devido à influência de outras variáveis ambientais.
Downloads
Referências
Burzykowski T, Molenberghs G, Abeck D, Haneke E, Hay R, Katsambas A, et al. High prevalence of foot diseases in Europe: results of the Achilles Project. Mycoses. 2003 Dec;46(11-12):496-505.
Caputo R, De Boulle K, Del Rosso J, Nowicki R. Prevalence of superficial fungal Infections among sports-active individuals: results from the Achilles survey, a review of the literature. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2001 Jul;15(4):312-6.
Ali-Shtayeh MS, Khaleel TKh, Jamous RM. Ecology of dermatophytes and other keratinophilic fungi in swimming pools and polluted and unpolluted streams. Mycopathologia. 2002;156(3):193-205.
Brandi G, Sisti M, Paparini A, Gianfranceschi G, Schiavano GS, De Santi M, et al. Swimming pools and fungi: an environmental epidemiology survey in Italian indoor swimming facilities. Int J Environ Health Res. 2007 Jun;17(3):197-206.
Rao CY, Burge HA, Chang JC. Review of quantitative standards and guidelines for fungi in indoor air. J Air Waste Manag Assoc. 1996 Sep;46(9):899-908.
International Standard ISO 7726:1998. Ergonomics of the thermal environment: instruments for measuring physical quantities.
International Standard ISO 18593:2004. Microbiology of food and animal feeding stuffs: horizontal methods for sampling techniques from surfaces using contact plates and swabs 2004.
Kaur R, Kashyap B, Bhalla P. Onychomycosis: epidemiology, diagnosis and management. Indian J Med Microbiol. 2008 Apr-Jun;26(2):108-16.
De Hoog GS, Guarro J, Gene J, Figueras MJ. Atlas of clinical fungi. 2nd ed. [s.l.]: ASM Press; 2001. ISBN 9070351439
Ghannoum MA, Hajjeh RA, Scher R, Konnikov N, Gupta AK, Summerbell R, et al. A large-scale North American study of fungal isolates from nails: the frequency of onychomycosis, fungal distribution and antifungal susceptibility patterns. J Am Acad Dermatol. 2000 Oct;43(4):641-8.
Gianni C, Cerri A, Crosti C. Non-dermatophytic onychomycosis: an understimated entity? A study of 51 cases. Mycoses. 2000;43(1-2):29-33.
Araújo AJ, Sousa MA, Bastos OM, Oliveira JC. Onicomicoses por fungos emergentes: análise clínica, diagnóstico laboratorial e revisão [Onychomycosis caused by emergent fungi: clinical analysis, diagnosis and revision]. An Bras Dermatol. 2003 Jul-Ago;78(4):445-55. Portuguese
Odds F. Candida and candidosis. 2nd ed. New Jersey: W.B. Saunders Co; 1988. ISBN 0702012653
Attye A, Auger P, Joly J. Incidence of occult athlete’s foot in swimmers. Eur J Epidemiol. 1990 Sep;6(3):244-7.
Ferreira WF, Sousa JC. Microbiologia. Lisboa: Lidel; 2000. ISBN 9727571123
Borman AM, Campbell CK, Fraser M, Johnson EM. Analysis of the dermatophyte species isolated in the British Isles between 1980 and 2005 and review of worldwide dermatophyte trends over the last three decades. Med Mycol. 2007 Mar;45(2):131-41.
Valdigem GL, Pereira T, Macedo C, Duarte ML. Oliveira P, Ludovico P, et al. A twenty-year survey of dermatophytoses in Braga, Portugal. Int J Dermatol. 2006 Jul;45(7):822-7.
Lopes V, Velho G, Amorim ML, Cardoso ML, Massa A, Amorim JM. Incidência de dermatófitos, durante três anos, num hospital do Porto (Portugal) [Three years incidence of dermatophytes in a hospital in Porto (Portugal)]. Rev Iberoam Micol. 2002;19:201-3. Portuguese
Gupta AK, Cooper EA, MacDonald P, Summerbell RC. Utility of inoculum counting (Walshe and English criteria) in clinical diagnosis of onychomycosis caused by nondermatophitic filamentous fungi. J Clin Microbiol. 2001 Jun;39(6):2115-21.
Kauffman CA, Mandell GL. Atlas of fungal infections. 2nd ed. [s.l.]: Current Medicine Group; 2006. ISBN 9781573402422
Goyer N, Lavoie J, Lazure L, Marchand G. Bioaerosols in the workplace: evaluation, control and prevention guide [Internet]. Quebec: Institut de Recherche en Santé et en Sécurité du Travail du Québec; 2001. Available from: www.irsst.qc.ca/files/documents/PubIRSST/T-24.PDF
Kakde UB, Kakde HU, Saoji AA. Seasonal variation of fungal propagules in a fruit market environment, Nagpur (India). Aerobiologia. 2001 Jun;17(2):177-82.
Kemp PC, Neumeister-Kemp HG, Esposito B, Lysek G, Murray F. Changes in airborne fungi from the outdoors to indoor air; Large HVAC systems in nonproblem buildings in two different climates. AIHA J. 2003 Mar-Apr;64(2):269-75.
Scheff PA, Paulius VK, Curtis L, Conroy LM. Indoor air quality in a middle school, Part II: Development of emission factors for particulate matter and bioaerosols. Appl Occup Environ Hyg. 2000 Nov;15(11):835-42.
Buttner MP, Stetzenbach LD. Monitoring airborne fungal spores in an experimental indoor environment to evaluate sampling methods and the effects of human activity on air sampling. Appl Environ Microbiol. 1993 Jan;59(1):219-26.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2023 Saúde & Tecnologia
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0.
A revista Saúde & Tecnologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento.
A revista Saúde & Tecnologia não cobra, aos autores, taxas referentes à submissão nem ao processamento de artigos (APC).
Todos os conteúdos estão licenciados de acordo com uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Os autores têm direito a: reproduzir o seu trabalho em suporte físico ou digital para uso pessoal, profissional ou para ensino, mas não para uso comercial (incluindo venda do direito a aceder ao artigo); depositar no seu sítio da internet, da sua instituição ou num repositório uma cópia exata em formato eletrónico do artigo publicado pela Saúde & Tecnologia, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia e o seu conteúdo (incluindo símbolos que identifiquem a revista) não seja alterado; publicar em livro de que sejam autores ou editores o conteúdo total ou parcial do manuscrito, desde que seja feita referência à sua publicação na Saúde & Tecnologia.