Prevalência de fungos nas superfícies: o caso dos ginásios com piscina

Autores

  • Carla Viegas Área Científica de Saúde Ambiental, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Célia Alves Laboratório de Micologia, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Lisboa, Portugal.
  • Elisabete Carolino Área Científica de Matemática, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Laura Rosado Laboratório de Micologia, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Lisboa, Portugal.
  • Carlos Silva Santos Grupo de Disciplinas Saúde Ambiental e Ocupacional, Escola Nacional de Saúde Pública, Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.234

Palavras-chave:

Ginásios, Piscinas, Contaminação fúngica, Variáveis ambientais, Temperatura, Humidade

Resumo

Introdução - Os ginásios com piscina poderão constituir um ambiente potenciador da disseminação fúngica, devido não só às variáveis ambientais, como a temperatura e humidade do ar, mas também devido ao crescente número de frequentadores desses espaços e às medidas higio-sanitárias aplicadas. Objectivos - Descrever os fenómenos ambientais da contaminação fúngica no pavimento dos ginásios com piscina e explorar eventuais associações entre variáveis ambientais. Metodologia - Realizou-se um estudo descritivo transversal, tendo sido monitorizada a contaminação fúngica no pavimento de dez ginásios com piscina mais frequentados dos 30 existentes na zona de Lisboa. Colheram-se amostras de superfícies, em seis locais diferentes, através da técnica de esfregaço por zaragatoa, antes e após a lavagem e desinfecção. Simultaneamente, monitorizaram-se os parâmetros ambientais, temperatura e humidade do ar, através do equipamento Babouc A, da LSI Systems. Resultados - Foram identificadas 37 espécies diferentes de fungos filamentosos, em que o género mais frequentemente isolado, antes (19,1%) e após (17,2%) a lavagem e desinfecção, foi Fusarium sp. Relativamente às leveduras, foram identificadas doze espécies diferentes. Cryptococcus sp. (40,6%) foi o género mais frequente antes da lavagem e desinfecção e, após os mesmos procedimentos, foi o género Candida sp. (49,3%). A lavagem e desinfecção não apresentaram a eficácia esperada e verificou-se que a relação entre a contaminação fúngica e a  temperatura e humidade não é estatisticamente significativa (p > 0,05). Conclusões - A distribuição fúngica no pavimento foi coincidente com estudos internacionais; no entanto, os resultados referentes à eficácia da lavagem e desinfecção não foram os esperados e a relação entre a contaminação fúngica e a temperatura e a humidade não coincidem com os resultados de outros estudos, eventualmente devido à influência de outras variáveis ambientais.

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Publicado

15-05-2009

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Prevalência de fungos nas superfícies: o caso dos ginásios com piscina. (2009). Saúde & Tecnologia, 03, 31-37. https://doi.org/10.25758/set.234