Reabilitação cardíaca em Portugal: a intervenção que falta!

Autores

  • Miguel Mendes Chefe de Serviço de Cardiologia, Hospital de Santa Cruz. Carnaxide, Portugal. Responsável do Departamento de Reabilitação Cardíaca, Instituto do Coração. Carnaxide, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.174

Palavras-chave:

Reabilitação cardíaca, Portugal

Resumo

A Organização Mundial de Saúde definiu Reabilitação Cardíaca (RC), em 1964, como “… o conjunto de actividades necessárias para fornecer ao doente com cardiopatia uma condição física, mental e social tão elevadas quanto possível, que lhe permita retomar o seu lugar na vida da comunidade, pelos seus próprios meios e de uma forma tão normal quanto possível”. Os Programas de Reabilitação Cardíaca (PRC) foram lançados para promover uma recuperação física rápida após enfarte agudo do miocárdio (síndrome coronário agudo - SCA, na nomenclatura actual), orientada para reintegração social rápida e plena, nomeadamente para  a retoma da actividade profissional, após SCA ou cirurgia cardíaca (coronária, valvular ou transplante). Para além dos doentes que
sofreram SCA complicado ou após cirurgia cardíaca, a obtenção de uma boa capacidade física tem uma importância significativa nos trabalhadores cuja actividade exige esforço físico violento, como os agrícolas ou da construção civil, assim como nos doentes idosos e nas mulheres. Actualmente, para além da promoção da capacidade funcional, os PRC assumiram-se como programas de  prevenção secundária, implementando também a adopção de um estilo de vida saudável, a observância da terapêutica  farmacológica e a educação dos doentes e dos seus familiares, de forma a auxiliá-los a viver com a doença.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

World Health Organization Expert Committee on Disability, Prevention and Rehabilitation. Rehabilitation of patients with cardiovascular disease: report of a WHO expert committee. Geneva: WHO; 1964.

Giannuzzi P, Saner H, Björnstad H, Fioretti P, Mendes M, Cohen-Solal A, et al. Secondary prevention through cardiac rehabilitation: position paper of the Working Group on Cardiac Rehabilitation and Exercise Physiology of the European Society of Cardiology. Eur Heart J. 2003 Jul;24(13):1273-8.

Balady GJ, Williams MA, Ades PA, Bittner V, Comoss P, Foody JM, et al. Core components of cardiac rehabilitation/secondary prevention programs: 2007 update: a scientific statement from the American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee, the Council on Clinical Cardiology; the Councils on Cardiovascular Nursing, Epidemiology and Prevention, and Nutrition, Physical Activity, and Metabolism; and the American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. Circulation. 2007 May;115(20):2675-82.

Giannuzzi P, Temporelli PL, Marchioli R, Maggioni AP, Balestroni G, Ceci V, et al. Global secondary prevention strategies to limit event recurrence after myocardial infarction: results of the GOSPEL study, a multicenter, randomized controlled trial from the Italian Cardiac Rehabilitation Network. Arch Intern Med. 2008 Nov;168(20):2194-204.

Dendale P, Berger J, Hansen D, Vaes J, Benit E, Weymans M. Cardiac rehabilitation reduces the rate of major adverse cardiac events after percutaneous coronary intervention. Eur J Cardiovasc Nurs. 2005 Jun;4(2):113-6.

Piepoli MF, Davos C, Francis DP, Coats AJ, ExTraMATCH Collaborative. Exercise training meta-analysis of trials in patients with chronic heart failure (ExTraMATCH). BMJ. 2004 Jan;328(7433):189-95.

O'Connor CM, Whellan DJ, Lee KL, Keteyian SJ, Cooper LS, Ellis SJ, et al. Efficacy and safety of exercise training in patients with chronic heart failure: HF-ACTION randomized controlled trial. JAMA. 2009 Apr;301(14):1439-50.

Giannuzzi P, Mezzani A, Saner H, Björsntad H, Fioretti P, Mendes M, et al. Physical activity for primary and secondary prevention: position paper of the Working Group on Cardiac Rehabilitation and Exercise Physiology of the European Society of Cardiology. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2003 Oct;10(5):319-27.

Franklin BA. Leisure time physical activity, competitive sports and ischemic heart disease by Börjesson M. et al. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2006 Apr;13(2):133-6.

Oldridge NB, Guyatt GH, Fisher MF, Rimm AA. Cardiac rehabilitation after myocardial infarction: combined experiences of randomized trials. JAMA. 1988 Aug;260(7):945-50.

O’Connor GT, Buring JE, Yusuf S, Goldhaber SZ, Olmstead EM, Paffenberger RS Jr, et al. An overview of randomized trials of rehabilitation with exercise after myocardial infarction. Circulation. 1989 Aug;80(2):234-44.

Taylor RS, Brown A, Ebrahim S, Jolliffe J, Noorani H, Rees K, et al. Exercise-based rehabilitation for patients with coronary heart disease: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med. 2004 May;116(10):682-92.

Clark AM, Hartling L, Vandermeer B, McAlister FA. Metaanalysis: secondary prevention programs for patients with coronary artery disease. Ann Intern Med. 2005 Nov;143(9):659-72.

Oldridge N, Furlong W, Feeny D, Torrance G, Guyatt G, Crowe J, et al. Economic evaluation of cardiac rehabilitation soon after acute myocardial infarction. Am J Cardiol. 1993 Jul;72(2):154-61.

American Association for Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. Guidelines for cardiac rehabilitation and secondary prevention programs. 4th ed. Champaign: Human Kinetics; 2004.

Pavy B, Iliou MC, Meurin P, Tabet JY, Corone S, Functional Evaluation and Cardiac Rehabilitation Working Group of the French Society of Cardiology. Safety of exercise training for cardiac patients: results of the French registry of complications during cardiac rehabilitation. Arch Intern Med. 2006 Nov;166(21):2329-34.

Bjarnason-Wehrens B, Mayer-Berger W, Meister ER, Baum K, Hambrecht R, Gielen S, et al. Recommendations for resistance exercise in cardiac rehabilitation: recommendations of the German Federation for Cardiovascular Prevention and Rehabilitation. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil. 2004 Aug;11(4):352-61.

Mendes M. Inquérito aos programas de reabilitação cardíaca em Portugal: situação em 1999 [National survey of cardiac rehabilitation programs in Portugal: situation in 1999]. Rev Port Cardiol. 2001 Jan;20(1):7-19. Portuguese, english

Teixeira M, Sampaio F, Brízida L, Mendes M. Reabilitação cardíaca em Portugal: evolução entre 1998 e 2004 [Cardiac rehabilitation in Portugal: developments between 1998 and 2004]. Rev Port Cardiol. 2007;26(9):815-25. Portuguese, english

Abreu A. Inquérito nacional de reabilitação cardíaca – 2007. In Reunião de 2008 do Grupo de Estudos de Fisiopatologia do Esforço e Reabilitação Cardíaca. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Cardiologia; 2008. Portuguese

Vanhees L, McGee HM, Dugmore LD, Schepers D, Van Daele P. Representative study of cardiac rehabilitation activities in European Member states: the Carinex survey. AJ Cardiopulm Rehabil. 2002;22:264-72.

Bjarnason-Wehrens B. Results from the European Cardiac Rehabilitation Inventory Survey (ECRIS). In Europrevent 2008. Brussels: European Society of Cardiology; 2008.

Ministério da Saúde. Plano nacional de saúde 2004-2010 – Vol 1: prioridades. Lisboa: Ministério da Saúde; 2004.

Mendes M. Como melhorar a situação em Portugal. In Reunião de 2009 do Grupo de Estudos de Fisiopatologia do Esforço e Reabilitação Cardíaca. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Cardiologia; 2009. Portuguese

Downloads

Publicado

15-05-2009

Edição

Secção

Artigos de Revisão

Como Citar

Reabilitação cardíaca em Portugal: a intervenção que falta!. (2009). Saúde & Tecnologia, 03, 05-09. https://doi.org/10.25758/set.174