Masculinidades e fatores sociais de risco para a saúde: um retrato nacional

Autores

  • Elisabete Rodrigues Área Científica de Sociologia, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal. Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL). Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.404

Palavras-chave:

Masculinidades, Saúde, Fatores sociais

Resumo

O objetivo geral deste artigo é analisar os fatores de ordem social que influenciam a saúde dos homens portugueses, em particular os comportamentos que se associam à construção das masculinidades. Para satisfazer o objetivo da pesquisa proceder-se-á à análise de alguns indicadores estatísticos produzidos por fontes oficiais, de natureza amostral ou administrativa, como o INE ou o EUROSTAT. O modelo de masculinidade que emerge da análise dos indicadores nacionais apresentados remete para um ideário de género muito associado a estilos de vida e desempenho de profissões com impacto negativo na esperança média de vida dos homens portugueses. Tendo como referência as mulheres, destaca-se no caso dos homens: maior taxa de acidentes de viação; consumo de álcool e tabaco mais acentuado e prematuro; mais mortes associadas ao consumo de drogas; mais mortes autoprovocadas intencionalmente; maior incidência da SIDA; maior número de acidentes de trabalho.

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Publicado

15-11-2011

Edição

Secção

Artigos de Revisão

Como Citar

Masculinidades e fatores sociais de risco para a saúde: um retrato nacional. (2011). Saúde & Tecnologia, 06, 24-31. https://doi.org/10.25758/set.404