Lesões da substância branca por ressonância magnética: uma avaliação entre as ponderações DWI e T2 FLAIR

Autores

  • Carla Campos Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Raquel Silva Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Maria Margarida Ribeiro Área Científica de Radiologia, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal. Departamento de Anatomia Humana, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • lu Lança Área Científica de Radiologia, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.594

Palavras-chave:

DWI, T2 FLAIR, Ressonância magnética, Lesões da substância branca

Resumo

Objetivos – Determinar a sensibilidade e especificidade das ponderações Difusão (DWI) e T2 Fluid-Attenuated Inversion Recovery (FLAIR) na avaliação de lesões da substância branca (SB) e verificar em que medida se complementam, por forma a criar um conjunto de boas práticas na RM cranioencefálica de rotina. Metodologia – Recorrendo-se a uma metodologia quantitativa, efetuou-se uma análise retrospetiva da qual foram selecionados 30 pacientes, 10 sem patologia e 20 com patologia (2 com EM, 7 com Leucoencefalopatia, 6 com doença microangiopática e 5 com patologia da substância branca indefinida). Obteve-se uma amostra de 60 imagens, nomeadamente: 30 imagens ponderadas em DWI e 30 em T2 FLAIR. Recorrendo ao programa Viewdex®, três observadores avaliaram um conjunto de imagens segundo sete critérios: visibilidade, deteção, homogeneidade, localização, margens e dimensões da lesão e capacidade de diagnóstico. Com os resultados obtidos recorreu-se ao cálculo de sensibilidade e especificidade pelas Curvas ROC, bem como à análise estatística, nomeadamente, Teste-T, Índice de Concordância Kappa e coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis em estudo. Resultados – Os resultados de sensibilidade e de especificidade obtidos para a ponderação T2 FLAIR foram superiores (0,915 e 0,038, respetivamente) aos da ponderação DWI (0,08 e 0,100, respetivamente). Não se verificaram variâncias populacionais significativas. Obteve-se uma elevada correlação linear entre as variáveis com um valor r situado entre 0,8 e 0,99. Verificou-se também uma variabilidade considerável entre os observadores. Conclusões – Dados os baixos valores de sensibilidade e especificidade obtidos para a DWI, sugere-se que esta deva ser incluída no protocolo de rotina de crânio como auxiliar no diagnóstico diferencial com outras patologias.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Braunwald E, Fauci AS, Hauser SL, Longo DL, Kasper DL, Jameson JL. Harrison – Princípios de medicina interna. 17ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana; 2008. ISBN 8577260496

Reimer P, Parizel PM, Stichnoth FA. Clinical MR imaging: a practical approach. 2nd ed. New York: Springer; 2006. ISBN 9783540315308

Vieira IM, Oliveira NM. Detecção semi-automática de esclerose múltipla em imagens de ressonância magnética. Porto: Instituto Superior de Engenharia do Porto; 2009.

Kealey SM, Kim Y, Provenzale JM. Redefinition of multiple sclerosis plaque size using diffusion tensor MRI. AJR Am J Roentegenol. 2004;183(2):497-503.

Schaefer PW, Grant PE, Gonzalez RG. Diffusion-weighted MR imaging of the brain. Radiology. 2000; 217(2):331-45.

Santos AV, Saraiva P, Goulão A. Novas modalidades diagnósticas na investigação da doença cerebrovascular [Advanced neuroimaging in the diagnosis of cerebrovascular disease]. Acta Med Port. 2006;19(6):471-6. Portuguese

Lima RR, Costa AM, Souza RD, Santos CD, Guimarães-Silva J, Leal WG. Lesão da substância branca e doenças neurodegenerativas [White matter injuryand neurodegenerative diseases]. Rev Paraense Med. 2006;20(4):41-5. Portuguese

Qayyum A. Diffusion-weighted imaging in the abdomen and pelvis: concepts and applications. Radiographics. 2009;29(6):1797-810.

Gama C, Bahia C, Pazos A, Fernandes A. A imagiologia na era digital: a propósito dos avanços e perspectivas em foco no Congresso Europeu de Radiologia [Imagiology in digital era: news from the European Congresso of Radiology]. Barvalento Med. 2008;1(1): 42-3. Portuguese

Westbrook C, Kaut C. Ressonância magnética prática. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1993. ISBN 9788527705844

Cruz Jr L, Gasparetto EL, Domingues RC, Domingues RC. Diffusion-weighted MR imaging in brain tumor. Magnetom Flash. 2008;(2):21-9. Available from: www.siemens.com/magnetom-world

Okuda T, Korogi Y, Shigematsu Y, Sugahara T, Hirai T, Ikushima I, et al. Brain lesions: when should fluid-attenuated inversion-recovery sequences be used in MR evaluation? Radiology. 1999;212(3):793-8.

American College of Radiology. ACR-ASNR practice guideline for the performance and interpretation of magnetic resonance imaging (MRI) of the brain [Internet]. Washington: ACR; 2008. Available from: http://www.asnr.org/sites/default/files/guidelines/MRI_Brain.pdf

Westbrook C. MRI at a glance. Oxford: Blackwell Science; 2002. ISBN 0632056193

Stuckey SL, Goh TD, Hefferman T, Rowan D. Hyperintensity in the subarachnoid space on FLAIR MRI. AJR Am J Roentegenol. 2007;189(4):913-21.

Simonson TM, Magnotta VA, Ehrhardt JC, Crosby DL, Fisher DJ, Yuh WT. Echo-planar FLAIR imaging in evaluation of intracranial lesions. Radiographics. 1996;16(3):575-84.

Runge VM, Price AC, Kirshner HS, Allen JH, Partain CL, James AE Jr. The evaluation of multiple sclerosis by magnetic resonance imaging. Radiographics. 1986;6(2):203-12.

Engelhardt E, Moreira DM. A substância branca cerebral: localização dos principais feixes com anisotropia fracionada direcional [The cerebral white matter: localization of the main tracts with directional fractional anisotropy]. Rev Bras Neurol. 2008;44(2):19-34. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/0101-8469/2008/v44n2/a19-34.pdf. Portuguese

Hesselink JR. Demyelinating diseases of the brain [Internet]. San Diego: University of California. Available from: http://spinwarp.ucsd.edu/neuroweb/Text/br-840.htm

Abbehusen C. Esclerose múltipla e imagem [Internet]. 2005. Available from: http://www.andradeneuro.com/site/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=26&Itemid=64

McKinney AM, Kieffer SA, Paylor RT, SantaCruz KS, Kendi A, Lucato L. Acute toxic leukoencephalopathy: potential for reversibility clinically and on MRI with diffusion-weighted and FLAIR imaging. AJR Am J Roentegenol. 2009;193(1):192-206.

Anjaneyulu S. Radiology of multiple sclerosis [Internet]. Slideshare.net; 2010 [cited 2011 Jun]. Available from: http://www.slideshare.net/anjupaed/radiology-of-multiple-sclerosis

Geurts JJ, Reuling IE, Vrenken H, Uitdehaag BM, Polman CH, Castelijns JA, et al. MR spectroscopic evidence for thalamic and hippocampal, but not cortical, damage in multiple sclerosis. Magn Reson Med. 2006;55(3):478-83.

Nucifora PG, Verma R, Lee SK, Melhem ER. Diffusion-tensor MR imaging and tractography: exploring brain microstructure and connectivity. Radiology. 2007;245(2):367-84.

Poonawalla AH, Hasan KM, Gupta RK, Ahn CW, Nelson F, Wolinsky JS, et al. Diffusion-tensor MR imaging of cortical lesions in multiple sclerosis: initial findings. Radiology. 2008;246(3):880-6.

Bitar R, Leung G, Perng R, Tadros S, Moody AR, Sarrazin J, et al. MR pulse sequences: what every radiologist wants to know but is afraid to ask. Radiographics. 2006;26(2):513-37.

Rovaris M, Iannucci G, Cercignani M, Sormani MP, De Stefano N, Gerevini S, et al. Age-related changes in conventional, magnetization transfer, and diffusion-tensor MR imaging findings: study with whole-brain tissue histogram analysis. Radiology. 2003;227(3):731-8.

Braga AC. Curvas ROC: aspectos funcionais e aplicações. Braga: Universidade do Minho; 2000. Available from: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/195

Rockette HE, Obuchowski NA, Gur D. Nonparametric estimation of degenerated ROC sets used for comparison of imaging systems. Invest Radiol. 1990;25(7):835-7.

Pestana MH, Gageiro JN. Análise de dados para ciências sociais: a complementaridade do SPSS. 3ª ed. Lisboa: Sílabo; 2003.

Walker GA. Common statistical methods for clinical research with SAS example. 3rd ed. SAS Publishing; 2002.

Pagani E, Bammer R, Horsfield MA, Rovaris M, Gass A, Ciccarelli O, et al. Diffusion MR imaging in multiple sclerosis: technical aspects and challenges. AJNR Am J Neuroradiol. 2007;28(3):411-20.

Prayer D, Barkovich AJ, Kirschner DA, Prayer LM, Roberts TP, Kucharczyk J, et al. Visualization of nonstructural changes in early white matter development on diffusion-weighted MR images: evidence supporting premyelination anisotropy. AJNR Am J Neuroradiol. 2001;22(8):1572-6.

Castriota Scanderbeg A, Tomaiuolo F, Sabartini U, Nocentini U, Grasso MG, Caltagirone C. Demyelinating plaques in relapsing-remitting and secondary-progressive multiple sclerosis: assessment with diffusion MR imaging. AJNR Am J Neuroradiol. 2000;21(5):862-8.

Filippi M, Iannucci G, Cercignani M, Assunta Rocca M, Pratesi A, Comi G. A quantitative study of water diffusion in multiple sclerosis lesions an normal-appearing white matter using echo-planar imaging. Arch Neurol. 2000;57(7):1017-21.

Kupperman V. Magnetic resonance imaging: physical principles and applications. New York: Academic Press; 2000. ISBN 9780123886651

Barboriak DP, Provenzale JM, MacFall JR. White matter lesion contrast in fast spin-echo fluid-attenuated inversion recovery imaging: effect of varying effective echo time and echo train length. AJR Am J Roentegenol. 1999;173(4):1091-6.

Salvolini U, Scarabino T. High field brain MRI: use in clinical practice. New York: Springer-Verlag; 2006. ISBN 9783540317760

Bhatia R, Garg A. Diffusion abnormality detects an acute demyelinating lesion due to probable multiple sclerosis. Indian J Neuroradiol Imaging. 2007;17(1):20-1.

Buckle C, Castillo M. Use of diffusion-weighted imaging to evaluate the initial response of progressive multifocal leukoencephalopathy to highly active antiretroviral therapy: early experience. AJNR Am J Neuradiol. 2010;31(6):1031-5.

Bhatt A, Masih A, Grothous HF, Farooq MU, Naravetla B, Kassab MY. Diffusion-weighted imaging: not all that glitters is gold. South Med J. 2009;102(9):923-8.

Reis E, Moreira R. Pesquisa de mercado. Lisboa: Sílabo; 1992.

Downloads

Publicado

15-05-2013

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Lesões da substância branca por ressonância magnética: uma avaliação entre as ponderações DWI e T2 FLAIR. (2013). Saúde & Tecnologia, 09, 16-23. https://doi.org/10.25758/set.594