Evolução do conceito de adesão à terapêutica
DOI:
https://doi.org/10.25758/set.2041Palavras-chave:
Adesão à terapêutica, Conceito de adesão, Comportamentos de adesão, Adesão à medicação, Doença crónicaResumo
A adesão dos indivíduos ao regime terapêutico sempre foi um tema controverso e um motivo de interesse para inúmeros investigadores. O conceito de adesão à terapêutica tem variado ao longo do tempo, um pouco ao sabor das diferentes perspetivas dos autores, mas relacionado especificamente com a terapêutica farmacológica, é entendido como a utilização dos medicamentos prescritos, respeitando escrupulosamente os horários, a dose e o tempo de tratamento. De uma forma mais geral, a adesão à terapêutica é entendida como o grau em que o comportamento de uma pessoa, relacionado não só com a administração de medicamentos, mas também pelo seguimento de uma dieta ou pelas mudanças no estilo de vida, corresponde às recomendações do médico ou de outro profissional de saúde. Relativamente aos conceitos de adesão à terapêutica tem-se verificado uma evolução no modelo de desenvolvimento baseado nos três conceitos: concordância (compliance), adesão (adherence) e manutenção (maintenance). O termo compliance pode ser entendido como uma situação de obediência, em que o doente tem um papel passivo. Por sua vez, o termo adherence traduz uma escolha esclarecida do doente em adotar ou não a recomendação fornecida; neste caso, estamos perante um doente com um papel ativo, que participa e assume a responsabilidade sobre o seu tratamento. Relativamente à maintenance, considera-se que o doente mantém um comportamento de melhoria da saúde, tornando-se num hábito de vida. Na sequência desta evolução temos hoje uma nova taxonomia para o comportamento de adesão aos tratamentos, ou seja, para o processo de gestão da adesão à medicação.
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