Concordância entre instrumentos de avaliação do equilíbrio após acidente vascular cerebral

Autores

  • Anabela Correia Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Curry Cabral, Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa, Portugal. Departamento de Ciências e Tecnologia de Reabilitação, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Carla Pimenta Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Curry Cabral, Centro Hospitalar Lisboa Central. Lisboa, Portugal. Departamento de Ciências e Tecnologia de Reabilitação, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal.
  • Marta Alves Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação, Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa, Portugal.
  • Daniel Virella Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação, Centro Hospitalar de Lisboa Central. Lisboa, Portugal.

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.1701

Palavras-chave:

Acidente vascular cerebral, Equilíbrio, Mobilidade, Dependência

Resumo

Introdução – A perturbação do equilíbrio após acidente vascular cerebral (AVC) é importante pela sua frequência e repercussões. Instrumentos de avaliação do equilíbrio validados e de fácil aplicação são necessários para identificar risco de queda e para adequar estratégias de intervenção. Objetivos – Verificar a concordância entre as avaliações do equilíbrio estático, dinâmico e mobilidade funcional após AVC e verificar se a concordância varia com o grau de dependência. Metodologia – Estudo transversal de amostra sequencial de adultos com marcha autónoma, até 2 anos após AVC, referenciados para fisioterapia em ambulatório. O equilíbrio estático foi avaliado pelo teste de Romberg, o equilíbrio dinâmico pela Escala de Equilíbrio de Berg (EEB), a mobilidade funcional pelo Timed Up and Go test (TUG) e o grau de dependência pela Motor Assessment Scale (MAS). A concordância foi avaliada pelo coeficiente de correlação inter-classe e pelo teste k de Cohen. Resultados – Foram incluídos 52 indivíduos, 26 com dependência leve, 20 moderada e 6 grave. Tinham Romberg positivo 48/52; 39/52 tinham EEB<45 e o TUG>14 foi observado em 42/52. A concordância global entre as três variáveis avaliadas obteve ICC=0,63. Verificou-se uma concordância global k=0,61 entre EEB e TUG, nos indivíduos com dependência leve k=0,52 e, nos com dependência moderada, k=0,64. A concordância entre Romberg e EEB obteve globalmente k=0,27 e entre Romberg e TUG k=0,04. Conclusões – A concordância entre as avaliações do equilíbrio estático, dinâmico e mobilidade funcional após AVC é total nos casos de dependência grave e elevada nos casos de dependência moderada. Estes resultados reforçam a necessidade da utilização destes três instrumentos, particularmente nos casos de dependência leve.

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Publicado

04-08-2022

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Concordância entre instrumentos de avaliação do equilíbrio após acidente vascular cerebral. (2022). Saúde & Tecnologia, 17, 33-38. https://doi.org/10.25758/set.1701