Tomografia computorizada de perfusão cerebral no AVC isquémico: previsão do ASPECTS final através dos valores de core e penumbra

Autores

  • Ana Carreira Monteiro Departamento de Imagiologia. Hospital Cuf Descobertas. Lisboa, Portugal.
  • Karina Striyenku Imaging Department, University Hospital Coventry. Coventry, Reino Unido
  • Nuno Poças Ferreira Departamento de Imagiologia, Hospital Beatriz Ângelo. Loures, Portugal
  • André Silva Cacito Departamento de Imagiologia. Hospital Cuf Descobertas. Lisboa, Portugal
  • Catarina Borges Brito Departamento de Imagiologia, Hospital Beatriz Ângelo. Loures, Portugal
  • Hugo Miguel Fonseca Departamento de Imagiologia, Hospital da Luz. Lisboa, Portugal
  • Edgar Coelho Antunes Departamento de Imagiologia, Hospital Cuf Infante Santo. Lisboa, Portugal
  • Elisabete Carolino Departamento das Ciências Exatas, da Vida e Sociais e Humanas, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal
  • Margarida Ribeiro Departamento das Ciências do Diagnóstico, Terapêutica e Saúde Pública, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa. Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.25758/set.2275

Palavras-chave:

Tomografia computorizada de perfusão, ASPECTS, Acidente vascular cerebral, Fluxo sanguíneo cerebral, Penumbra, Core, Trombectomia

Resumo

Introdução – De acordo com o Programa Nacional para as doenças cardio-cerebrovasculares de 2017, a OCDE refere que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos Estados-membros da União Europeia, representando cerca de 36% das mortes na região em 2010. Neste valor incluem-se as doenças cerebrovasculares. Pretendeu-se, com este estudo, avaliar o valor de fluxo sanguíneo cerebral (CBF) que melhor prevê o outcome resultante do procedimento da Via Verde no acidente vascular cerebral (AVC) em doentes submetidos a trombectomia. Também foi propósito deste estudo aumentar a fiabilidade do prognóstico, otimizando os procedimentos técnicos radiológicos na determinação dos volumes de core e penumbra. Método – Tratou-se de um estudo retrospetivo cujos casos clínicos foram recolhidos da base de dados do Hospital de Beatriz Ângelo (Loures, PT), com fundamento em critérios de inclusão pré-definidos. Após a aquisição da tomografia computorizada de perfusão (PCT) a uma amostra de 17 doentes, admitidos através do programa Via Verde AVC, foi realizado o pós-processamento com recurso ao software syngo.via (aplicação Neuro Perfusion). Os dados resultantes dos mapas de perfusão foram analisados estatisticamente através da aplicação SPSS® [IBM v. 23.0], permitindo uma análise que considerou os valores de CBF e respetivos volumes de core e penumbra. Resultados – Verificou-se que não existe correlação estatisticamente significativa entre a idade, tempo de evolução do AVC e ASPECTS pré-terapêutica com as restantes variáveis em estudo. Relacionando o ASPECTS pós-terapêutica com os níveis de core 10, 20 e 30 de CBF verificou-se que quanto maior o valor de ASPECTS menor o volume de core. Detetou-se uma redução estatisticamente significativa (p=0,003) dos valores de ASPECTS do pré para o pós-terapêutica. O valor core 10CBF apresenta menor volume de tecido cerebral envolvido em relação ao core 30CBF, notando-se uma tendência inversa com o volume de penumbra. Conclusão – Este estudo demonstra que é possível, com um CBF de 10mL / 100g / min, restabelecer o fluxo necessário para restaurar a função neurológica do tecido afetado, sendo que com este CBF se obtém o maior volume de tecido cerebral para a penumbra e um menor volume de core. O processamento e interpretação dos mapas de perfusão influencia a variação dos valores finais do volume de core e penumbra.

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Publicado

31-05-2021

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Tomografia computorizada de perfusão cerebral no AVC isquémico: previsão do ASPECTS final através dos valores de core e penumbra. (2021). Saúde & Tecnologia, 25, 25-37. https://doi.org/10.25758/set.2275